A Vida em Família



Amália Silveira

Falar de família na visão espírita é falar de espíritos em processo de evolução. Que a família é a primeira célula da sociedade, que é o primeiro núcleo social, que é a primeira escola das criaturas todos sabem. Porém, a visão espírita aprofunda todos esses ângulos, mostrando quem são, verdadeiramente, os componentes da família nos papéis de pai, mãe, filhos, etc. e porque estão juntos e para que estão amarrados pelos laços consangüíneos.
Para compreendermos mais um pouco, Joanna de Ângelis no livro "Estudos Espíritas" nos diz: "A família é um grupo de espíritos normalmente necessitados, desajustados, em compromisso inadiável para a reparação, graças a contingência reencarnatória."
E, para encerrar a introdução, Joanna ainda, no livro "SOS Família", diz, na página 23: "A família é, antes de tudo, um laboratório de experiências reparadoras, na qual a felicidade e a dor se alternam, programando a paz futura."

Perguntas/Respostas:

Por que sempre temos em nossas famílias pessoas que nem sempre amamos como deveríamos? E, temos amigos que gostaríamos que fossem parte de nossas famílias?
Estão vendo como é preciso falar de espíritos para entendermos essas coisas? :) Quem é o amigo que amamos mais que o familiar, senão um espírito que já conquistamos no passado pelos laços de amor? (t)

 A religião oficial sempre reconheceu, no correr dos anos da história, o homem como "cabeça" da família. Como o espiritismo encara essa questão? Qual o papel e a importância da mulher na célula familiar?
"Ao instituir a família, aprouve a Deus, em sua infinita sabedoria, confiar à mãe a sublime missão de ser a despenseira de afeto, infundindo em seu coração reservas inexauríveis de abnegação, de meiguice e de paciência, com que acudir às necessidades do filho, sem desatender aos reclames do pai, assegurando, desta forma, a condição básica da sobrevivência familiar." (Rodolfo Calligaris - "Vida em Família")
Eis porque a mulher tem um papel muito especial no plano de Deus, com relação à família. (t)

O que pensar da idéia vigente entre algumas correntes de "pensadores" que dizem que a família encontra-se em franca decadência e que o que hoje conhecemos por família, em breve desaparecerá?
A família não pode desaparecer porque está nos planos de Deus. O que precisamos é que o homem aprenda a conhecer a si mesmo dentro deste plano e ter noção mais exata e mais equilibrada sobre o que seja realmente a família.
A vivência em família é um conjunto equilibrado de relacionamentos entre as pessoas e não uma confusão envolvendo desentendimentos ou paixões. (t)

Que diferença se pode estabelecer entre "família material" e "família espiritual"?
Os verdadeiros laços entre os espíritos é que formam a família espiritual, o que nem sempre acontece com os laços materiais. (t)

Poderia nos explicar melhor o sentido das palavras de Jesus: "Quem é minha mãe, quem são meus irmãos?"
De que tratava Jesus nesse momento, senão dos laços espirituais? Com essas palavras, Jesus não negava os laços consangüíneos de sua mãe, mas chamava a atenção para refletirmos sobre os laços espirituais, ou seja, todos aqueles que estavam ali voltados para o interesse espiritual que ele tratava ele os via como espíritos, verdadeiros irmãos em Deus, o que nem sempre sua mãe carnal conseguia compreender. (t)

Emmanuel nos traz que o Lar é o cadinho purificador. Neste contexto, como viver bem, tendo em vista que podemos ter espíritos problemáticos reunidos na família?
Eis a Sabedoria Divina. Aproveita o nosso interesse pelos laços consangüíneos, "amarrando-nos" uns aos outros, até mesmo adversários, para podermos aprender a conviver e a nos amar.
Se fosse ficar por nossa conta, quando iríamos ter a coragem de abraçar, de beijar o nosso inimigo (mãe e filho, por exemplo)? (t)

 Paz e Luz a todos. O que a gente pode fazer para poder ter mais harmonia dentro de nossas casas, com a nossa família?
Querido amigo, não é um trabalho fácil. Porém, com um pouco de esforço poderemos vencer as hostilidades, sendo mais pacientes, respeitando o direito do outro de falar, dispor suas dificuldades, procurarmos ajudá-los a refletir sobre elas. Enfim, buscarmos sempre o diálogo, não a discussão porque a grande dificuldade é que nós achamos sempre que temos razão. Por isso, muitas vezes, precisamos buscar apoio e o maior deles é o Evangelho de Jesus, através do Culto no Lar. (t)

Como compreender a hierarquia familiar dentro do contexto espírita?
Basta que reflitamos sobre o papel de cada um. Mãe e pai estarão sempre acima dos filhos na hierarquia, até mesmo porque o compromisso da maternidade e da paternidade é feito diretamente com a Lei de Deus entre os espíritos. Por mais que o filho apresente um nível de inteligência ou sentimento acima dos pais serão sempre filhos. (t)

Qual a posição da Doutrina Espírita em relação à uniões que são desfeitas, depois de formada uma família e que, como conseqüência desse desfazimento, originam novas famílias?
A Doutrina Espírita nos orienta que o casamento, na verdade, não teria que acabar. Porém, quando não tem mais jeito, o divórcio ou a separação surge como um mal menor, já que esses espíritos não estavam conseguindo crescer juntos. Adia-se para tentar outro meio de crescimento, ou seja, a formação de uma nova família com o objetivo de progresso desses espíritos. O que a Lei exige de nós é que não fiquemos parados. Precisamos trabalhar. (t)

A atual condição de vida, muitas vezes, impõem que tanto o pai quanto a mãe saiam de casa para trabalhar. Como evitar que esta situação afete o desenvolvimento dos filhos?
A nossa sociedade hoje quase que impõe a marido e esposa que trabalhem fora para atender este objetivo. Porém, dentro do comportamento humano, ainda muito egoísta, é necessário buscarmos um entendimento mais real dentro do mecanismo das Leis Divinas.

Costumamos chamar Deus de Pai. Deus faz parte da nossa família espiritual de fato?
Acreditamos que quando Jesus afirma que "Deus é nosso Pai", era justamente isto que ele estava nos mostrando: a família espiritual. E ainda quando disse "quem é minha mãe e quem são meus irmãos senão aqueles que fazem a vontade de meu Pai", que é nosso também, não é verdade? (t)

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