UNIÃO DA FILOSOFIA E DO ESPIRITISMO




1. — NOTA: O artigo seguinte é a introdução a um trabalho completo que o autor, Sr. Herrenschneider, se propõe
fazer sobre a necessidade da aliança entre a filosofia e o Espiritismo.
Há dez ou doze anos que o Espiritismo se revelou na França; comunicações incessantes dos Espíritos provocaram em todas as camadas da sociedade um movimento religioso benéfico, que importa encorajar e desenvolver. Com efeito, neste século o espírito religioso estava perdido, sobretudo entre as classes letradas e inteligentes. O sarcasmo voltaireano as tinha tirado o prestígio do cristianismo; o progresso das ciências lhes havia feito reconhecer as contradições existentes entre os dogmas e as leis naturais; e as descobertas astronômicas tinham demonstrado a puerilidade da ideia que formavam de Deus os filhos de Abraão, de
Moisés e do Cristo. O desenvolvimento das riquezas, as invenções maravilhosas das artes e da indústria, toda a civilização protestava, aos olhos da sociedade, contra a renúncia ao mundo.
Devido a esses numerosos motivos a incredulidade e a indiferença tinham deslizado nas almas, a despreocupação dos destinos eternos tinha entorpecido o nosso amor do bem, estacado o nosso aperfeiçoamento moral; e a paixão do bem-estar, do prazer, do luxo e das vaidades terrenas tinha acabado por cativar quase toda a nossa ambição; quando, de repente, os mortos vieram nos lembrar que nossa vida presente tem um dia seguinte, que nossos atos tem suas consequências fatais, inevitáveis, senão sempre nesta vida, infalivelmente na vida futura.
Essa aparição dos Espíritos foi um raio, que fez tremer a muita gente, à vista desses móveis em movimento, sob o impulso de uma força invisível; a audição de pensamentos inteligentes, sublimes, escritos por nossas mãos distraídas, sob a ação de uma direção misteriosa. Quantos corações batiam, tomados de medo súbito; quantas consciências opressas despertaram em merecidas angústias; quantas inteligências não foram feridas de estupor! A renovação dessas relações com as almas dos mortos é, e continuará como acontecimento prodigioso, que terá como consequência a regeneração, tão necessária, da sociedade moderna.
É que, quando a sociedade humana não tem outro objetivo de atividade senão a prosperidade
material e o prazer dos sentidos, mergulha no materialismo egoísta, aprecia todas as ações conforme o bem que das mesmas retira, renuncia a todos os esforços que não conduzem a uma vantagem palpável, só estima os que têm posses e só respeita o poder que se impõe. Quando os homens só se preocupam com os sucessos imediatos e lucrativos, perdem o senso da honestidade, renunciam a escolha de meios, calcam aos pés a felicidade íntima, as virtudes privadas e deixa de se guiar conforme aos princípios de justiça e de equidade. Numa sociedade lançada nessa direção imoral, o rico leva uma vida de moleza ignóbil e
embrutecedora, e o deserdado aí arrasta uma existência dolorosa e monótona, da qual o suicídio parece ser a última consolação.
Contra semelhante disposição moral, pública e privada, a filosofia é impotente. Não que lhe faltem argumentos para provar a necessidade social de princípios puros e generosos; não que não possa ela demonstrar a iminência da responsabilidade final e estabelecer a perpetuidade de nossa existência; mas, geralmente, os homens não têm tempo, nem gosto, nem espírito suficientemente refletido, para prestar atenção à voz da consciência e às observações da razão.
Aliás, as vicissitudes da vida por vezes são muito imperiosas para que se decidam pelo exercício da virtude pelo simples amor do bem. Mesmo quando a filosofia tivesse sido o que realmente deveria ser: uma doutrina completa e certa, jamais teria podido provocar, só por seu ensino, a regeneração social de maneira eficaz, desde que até hoje ela não pôde dar à autoridade de sua doutrina outra sanção senão o amor abstrato do ideal e da perfeição.
É que aos homens é preciso, para os convencer da necessidade de se consagrarem ao bem, fatos que falem aos sentidos. É-lhes necessário o quadro empolgante de suas dores futuras, para que consintam em remontar a rampa funesta por onde os vícios os arrastam; é-lhes necessário pôr o dedo sobre as desgraças eternas que para si mesmos preparam, pela displicência moral, para que compreendam que a vida atual não é o objetivo de sua existência, mas o meio que o Criador lhes deu de trabalhar pessoalmente para a realização de seus destinos finais. Assim, foi por estes motivos que todas as religiões basearam seus mandamentos no terror do inferno e nas seduções das alegrias celestes. Mas desde que, sob o império da incredulidade e da indiferença religiosa, as populações se certificaram das consequências últimas de seus pecados, acabou prevalecendo uma filosofia fácil e inconsequente, ajudando o culto dos sentidos, do interesses temporais e das doutrinas egoístas. Hoje os homens esclarecidos, inteligentes e fortes afastam-se da Igreja e seguem suas próprias inspirações; falta-lhes a autoridade necessária para reconquistar sua influência vinte vezes secular. Pode, pois, dizer-se que a Igreja é tão impotente quanto a filosofia e que nem uma nem outra exercerão salutar
influência senão sofrendo, cada uma em seu gênero, uma reforma radical.
Enquanto espera, a humanidade se agita, os acontecimentos se sucedem e a aparição das manifestações espíritas neste século culto, prático, suficiente e céptico, sem contradita é mais considerável. Assim, pois, o túmulo está aberto à nossa frente, não como o fim de nossas penas e de nossas misérias terrenas, não como o abismo hiante, onde vêm sumir-se as nossas paixões, os nossos prazeres e as nossas ilusões, mas antes como o pórtico majestoso de um novo mundo, onde uns colherão, mau grado seu, o amargos frutos que suas fraquezas lhes terão feito semear; e onde outros, ao contrário, assegurar-se-ão, por seu mérito, à passagem a
esferas mais puras e mais altas. É, pois, o Espiritismo que nos revela nossos destinos futuros e, quanto mais conhecido, mais ganhará em impulso e em extensão a regeneração moral e religiosa.
A união do Espiritismo com as ciências filosóficas, com efeito, nos parece de alta necessidade para a felicidade humana e para o progresso moral, intelectual e religioso da sociedade moderna; porque não mais estamos no tempo onde se podia afastar a ciência humana e lhe preferir a fé cega. A ciência moderna é muito sábia, muito segura de si mesma e muito adiantada no conhecimento das leis que Deus impôs à inteligência e à natureza, para que a transformação religiosa se possa dar sem seu concurso. Conhece-se muito exatamente a relativa exiguidade de nosso globo para conferir à humanidade um lugar privilegiado nos desígnios providenciais. Aos olhos de todos não passamos de um grão de poeira na imensidade dos mundos, e sabe-se que as leis que regem essa multidão indefinida de existências são simples, imutáveis e universais. Enfim as exigências da certeza de nossos conhecimentos foram fortemente aprofundadas, para que uma nova doutrina possa erguer-se e manter-se em outra base senão um misticismo tocante e inofensivo. Então quando o
Espiritismo quer estender seu domínio sobre todas as classes sociais, sobre os homens superiores e inteligentes, como sobre as almas delicadas e crentes, é preciso que, sem reserva, se lance na corrente do pensamento humano, e que, por sua superioridade filosófica, saiba impor à soberba razão o respeito de sua autoridade.
Esta é a ação independente dos adeptos do Espiritismo, que compreendem perfeitamente os Espíritos elevados que se manifestam. Aquele que se distingue sob o nome de Santo Agostinho dizia ultimamente: “Observai e estudai com cuidado as comunicações que recebeis; aceitai o que a razão não repele, rejeitai o que a choca; pedi esclarecimentos sobre as que vos deixam em dúvida. Tendes aí a marcha a seguir, para transmitir às gerações futuras, sem medo de as ver desnaturadas, as verdades que desvencilhais sem esforço do seu cortejo inevitável de erros.”
Eis em poucas palavras, o verdadeiro espírito do Espiritismo, o que a ciência pode admitir sem derrogar, e o que nos servirá para conquistar a humanidade. Aliás, o Espiritismo nada tem a temer de sua aliança com a filosofia, porque repousa em fatos incontestáveis, que têm sua razão de ser nas leis da Criação. Cabe à ciência estudar o seu alcance e coordenar os princípios gerais, de acordo com essa nova ordem de fenômenos. Porque é evidente que, desde que não
tinha pressentido a existência necessária, no espaço que nos rodeia, das almas dos mortos ou
das destinadas a renascer, a ciência deve compreender que sua filosofia primeira estava
incompleta e que princípios primordiais lhe haviam escapado.
A filosofia, ao contrário, tem tudo a ganhar ao considerar seriamente os fatos do Espiritismo.
Para começar, porque estes são a sanção solene de seu ensinamento moral e porque por si
mesmos, provarão aos mais endurecidos o alcance fatal de sua conduta. Mas, por mais
importante que seja esta justificação positiva de suas máximas, o estudo aprofundado das
consequências, que se deduzem da constatação da existência sensível da alma no estado não
encarnado, servir-lhe-á em seguida para determinar os elementos constitutivos da alma, sua
origem, seus destinos, e para estabelecer a lei moral e a do progresso anímico sobre bases
certas e inamolgáveis. Além disso, o conhecimento da essência da alma conduzirá a filosofia
ao conhecimento da essência das coisas e, mesmo, da de Deus, e lhe permitirá unir todas as
doutrina que dividem num ó e mesmo sistema geral, verdadeiramente completo. Enfim, esses
diversos desenvolvimentos da filosofia, provocados por esta preciosa determinação da
essência anímica, conduzi-la-ão infalivelmente sobre os traços dos princípios fundamentais da
antiga cabala e da antiga ciência oculta dos hierofantes, cujo último raio luminoso, chegado
até nós, é a Trindade cristã. É assim que, pela simples aparição das almas errantes, chegar-seá,
como temos todo direito de esperar, a constituir uma cadeia ininterrupta das tradições
morais, religiosas e metafísicas da humanidade antiga e moderna.
Este futuro considerável, que concebemos para a filosofia aliada ao Espiritismo, não parecerá
impossível aos que tiverem alguma noção desta ciência, se considerarem o vazio dos
princípios sobre os quais se fundam as diversas escolas e a impotência para elas, disso
resultante, de explicar a realidade concreta e viva da alma e de Deus. É assim que o
materialismo figura que os seres não passam de fenômenos materiais, semelhantes aos
produzidos pelas combinações químicas, e que o princípio que os anima faz parte de um
suposto princípio vital universal. Conforme este sistema a alma individual não existiria e Deus
seria um ser completamente inútil.
Os discípulos de Hegel, por seu lado, imaginam que a ideia, esse fenômeno indisciplinado de
nossa alma, seja um elemento em si, independente de nós; um princípio universal que se
manifesta pela humanidade e sua atividade intelectual, como também pela natureza e suas
maravilhosas transformações. Consequentemente, esta escola nega a individualidade eterna de
nossa alma e a confunde num só todo, com a natureza. Ela supõe que exista uma identidade
perfeita entre o universo visível e o mundo moral e intelectual; que um e outro sejam o
resultado da evolução progressiva e fatal da ideia primitiva, numa palavra, do absoluto. Neste
sistema, Deus, igualmente não tem qualquer individualidade, nenhuma liberdade e não se
conhece pessoalmente. Ele não se percebeu a si mesmo, pela primeira vez, senão em 1810, por
intermédio de Hegel, quando este o reconheceu na ideia absoluta e universal (Histórico).
Enfim, nossa escola espiritualista, vulgarmente chamada eclética, considera a alma como não
sendo senão uma força sem extensão e sem solidez, uma inteligência imperceptível no corpo
humano e que, uma vez desembaraçada de seu envoltório, conservando sua individualidade e
sua imortalidade, não existiria mais, nem no tempo, nem no espaço. Nossa alma seria, pois,
um não sei que sem ligação com o que existe, e não ocuparia nenhum lugar determinado.
Conforme este mesmo sistema, Deus não é mais perceptível. É o pensamento perfeito e não
tem, igualmente, nem solidez, nem estabilidade, nem forma, nem realidade sensível; é um ser
vazio, sem a razão nós não poderíamos dele ter nenhuma intuição. Entretanto, quem são os
que inventaram o ateísmo, o ceticismo, o panteísmo, o idealismo, etc.? São os homens de
raciocínio, os inteligentes, os sábios! Os povos ignorantes, cujas sensações são os principais
guias, jamais duvidaram de Deus, nem da alma, nem de sua imortalidade. A razão só parece,
pois, ser má conselheira!
Como é fácil de verificar, faltam a essas doutrinas, em consequência, um princípio real, estável, vivo, noção do ser real. Elas se movem num mundo inteligível, que não toca na realidade
concreta. O vazio de seus princípios relaciona-se com o conjunto de seus sistemas, e os torna
tão sutis quanto vagos e estranhos à realidade das coisas. O próprio senso comum é ferido,
mau grado o talento e a prodigiosa erudição de seus aderentes. Mas o Espiritismo é ainda mais
brutal em relação a eles: derruba todos os sistemas abstratos, opondo-lhes um fato único: a
realidade substancial, viva e atual da alma encarnada. Ele lha mostra como um ser pessoal,
existindo no tempo e no espaço, posto que invisível para nós; como um ser tendo o seu
elemento sólido, substancial e sua força ativa e pensante. Ele nos mostra mesmo as almas
errantes comunicando-se conosco, por sua iniciativa! É evidente que semelhante fato deve
derrubar todos os castelos de cartas e, de um traço, desvanecer essas soberbas armações da
fantasia.
Mas, por acréscimo de confusão, pode provar-se aos partidários dessas doutrinas alambicadas,
que todo homem leva em sua própria consciência os elementos suficientes para demonstrar a
existência da alma, tal como o Espiritismo o estabeleceu pelos fatos; de modo que seus
sistemas, não só são errados no seu ponto de chegada, mas, ainda o são em seu ponto de
partida. Assim, o mais sábio partido que resta a tomar por esses honrados sábios, é refundir
completamente sua filosofia e consagrar seu profundo saber à fundação de uma ciência
primeira, mais precisa e mais conforme à realidade.
É que, efetivamente carregamos conosco quatro noções irredutíveis, que nos autorizam a afirmar
a existência de nossa alma, tal qual o Espiritismo no-la apresenta. Primeiramente, temos em
nós o sentimento de nossa existência. Tal sentimento só se pode revelar por uma impressão
que recebemos de nós próprios. Ora, nenhuma impressão se faz sobre um objeto privado de
solidez e de extensão; de sorte que por um só fato de nossas sensações, devemos induzir que
temos em nós um elemento sensível, sutil, extenso e resistente: isto é, uma substância. Em
segundo lugar temos em nós a consciência de um elemento ativo, causador, que se manifesta
em nossa vontade, nosso pensamento e nossos atos. Em consequência, é ainda evidente que
possuímos em nós um segundo elemento: uma força. Portanto, pelo simples fato que nós nos
sentimos e nos sabemos, devemos concluir que encerramos dois elementos constitutivos, força
e substância, isto é, uma dualidade essencial anímica.
Mas essas duas noções primitivas não são as únicas que levamos conosco. Ainda nos
concebemos em terceiro lugar, uma unidade pessoal, original, sempre idêntica a si mesma; e
em quarto lugar, um destino, igualmente pessoal; porque todos nós procuramos a felicidade e
as nossas próprias conveniências em todas as circunstâncias da vida. De modo que, juntando
essa duas novas noções, que constituem nosso duplo aspecto, às duas precedentes,
reconhecemos que nosso ser encerra quatro princípios bem distintos: sua dualidade de
essência e sua dualidade de aspecto.
Ora, como esses quatro elementos do conhecimento do nosso eu, que nos leva a nos afirmarmos
pessoalmente, são noções independentes do corpo; sem qualquer relação com o nosso
invólucro material, é evidente e peremptório para todo espírito justo e não prevenido, que
nosso ser depende de um princípio invisível, chamado Alma; e que esta alma existe como tal,
pois tem uma substância e uma força, uma unidade e um destino próprios e pessoais.
Tais são os quatro elementos primordiais de nossa individualidade anímica, cuja noção cada um
de nós leva em seu seio e que nenhum homem poderia recusar. Em consequência, como
dissemos, em todos os tempos a filosofia possuiu os elementos suficientes para o
conhecimento da alma, tal qual o Espiritismo no-la dá a conhecer. Se, pois, até o presente a
razão humana não conseguiu construir uma metafísica verdadeira e útil, que lhe tenha feito
compreender que a alma deve ser considerada como um ser real, independente do corpo e
capaz de existir por si mesma, substancialmente e virtualmente, no tempo e no espaço é que
ela desdenhou a observação direta dos fatos de consciência e que, em seu orgulho e sua
suficiência, a razão foi posta em lugar e no lugar da realidade.
Conforme estas observações pode compreender-se quanto importa à filosofia unir-se ao Espiritismo, pois deste tirará a vantagem de se criar uma ciência primeira, séria e completa,
fundada sobre o conhecimento da essência da alma e das quatro condições de sua realidade.
Mas não é menos necessário ao Espiritismo aliar-se com a filosofia, porque só por ela poderá
estabelecer a certeza científica dos fatos espíritas, que formam a base fundamental de sua
crença, e daí tirar as importantes consequências que eles contêm. Sem dúvida, ao bom senso
basta ver um fenômeno para crer em sua realidade, e muito contentam-se com isto; mas a
ciência muitas vezes teve motivos para duvidar dos protestos do senso comum, para não se
confiar nas impressões dos nossos sentidos e nas ilusões de nossa imaginação. O bom senso
não basta, pois, para estabelecer cientificamente a realidade da presença dos Espíritos em
volta de nós. Para estar certo disto de maneira irrefutável, é preciso estabelecer racionalmente,
segundo as leis gerais da Criação, que sua existência é necessária por si mesma, e que sua
presença invisível não passa de confirmação dos dados racionais e científicos, tais quais
acabamos de indicar alguns, de maneira sumária. Assim, só pelo método filosófico é que se
chega a tal resultado. Eis um trabalho necessário à autoridade do Espiritismo, e só a filosofia
lhe pode prestar este serviço.
Em geral, para triunfar, seja em que empresa for, é necessário aliar o conhecimento dos
princípios à observação dos fatos. Nas circunstâncias particulares do Espiritismo, é ainda
muito mais necessário proceder desta maneira rigorosa para chegar à verdade, porque nossa
nova Doutrina toca os nossos interesses mais caros e mais elevados, os que constituem a nossa
felicidade presente e eterna. Em consequência, a união do Espiritismo e da filosofia é da mais
alta importância para o sucesso de nossos esforços e para o futuro da humanidade.
F. HERRENSCHNEIDER.

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