A resposta da gratidão
Jim nunca imaginou que as coisas acontecessem daquela forma. Enquanto trabalhava como salva-vidas, amava o que fazia. Num dia de folga, andando pela praia, ele viu uma mulher em perigo. Jogou-se n’água e a trouxe para a praia. Depois a carregou até o posto salva-vidas, onde uma ambulância a levou para o hospital. Victória ficou muito agradecida e passou a visitá-lo, de vez em quando, no posto. Quando sabia que ele estava trabalhando, mandava-lhe pizza. Jim retribuía com visitas e telefonemas. Os outros rapazes faziam gozação da sua amizade com aquela senhora. Ele não ligava. Durante anos, mantiveram a amizade. Certo dia, retornando de uma viagem, Jim ligou para a casa dela. Quem atendeu foi uma jovem, que se identificou como bárbara. Era sua sobrinha. Contou-lhe que Victoria havia morrido, vítima de um derrame. A sobrinha viera de outra cidade para resolver alguns negócios da tia. Ela sabia tudo a respeito dele porque sua tia lhe falou. O tempo passou. Uma noite, numa festa na praia, com amigos, Jim percebeu que as coisas estavam saindo do controle. Bebidas e drogas começaram a circular. Ele decidiu ir embora. Logo depois, uma mulher que ele havia conhecido apenas algumas horas antes, também saiu. Quando ela foi dada como desaparecida e seu vestido esfarrapado foi encontrado ao lado da estrada, ele foi acusado de assassinato. Parecia um pesadelo. Ele mal a conhecia. Era uma acusação maluca. Mas a polícia precisava de um suspeito. E ele era um suspeito. Um defensor público foi indicado para cuidar do seu caso, porque ele não tinha dinheiro. Foi preso e a fiança estipulada em um valor elevadíssimo. Jim achou que não teria mais saída. Então, um dia, recebeu um telefonema. Era bárbara. Formada em direito, ela ouviu o noticiário a respeito da sua prisão e perguntava se ele aceitaria que ela o defendesse gratuitamente. Jim aceitou de pronto. Ela começou a se inteirar dos detalhes do caso. A única testemunha ocular que identificou Jim, como o homem que saiu da festa com a mulher, descreveu o casal como sendo da mesma altura. Alguma coisa estava muito errada. A suposta morta tinha 1,65m. Jim tinha quase 1,80m. Graças a esse detalhe, ela conseguiu que a fiança fosse reduzida e Jim pôde ir para casa. Aquilo foi um presente para ele. Ela contratou um detetive que, depois de algum tempo, descobriu que a suposta vítima vivia num país vizinho. Ela decidira sair de casa e abandonar o marido para começar uma nova vida, com outra pessoa. Depois de muita insistência, meses de trabalho, conseguiram que a mulher retornasse e se mostrasse à polícia, provando que estava viva. Jim estava livre da acusação. Hoje, ele vive com sua mulher e três filhos. Tem uma fazenda e dirige sua própria fábrica. Mas nunca vai esquecer aquela amizade especial com Victoria. Comenta ele: "se aquela doce senhora não falasse de mim para sua sobrinha como o fez, é bem possível que eu estivesse apodrecendo na prisão, pelo resto da minha vida. Devo minha vida àquela mulher." No entanto, bárbara tem uma versão diferente: "ele merecia minha ajuda. Ele salvou a vida de alguém que nem conhecia, mesmo não estando em serviço naquela hora. Esse tipo de amor pela humanidade não fica sem recompensa." *** Faça o bem, sem nunca aguardar recompensa. Mas guarde a certeza que os benefícios lhe chegarão, de alguma forma, neste mundo ou no outro. Isto porque à toda ação corresponde uma reação. E o bem somente gera bem maior. Autor: Equipe de Redação do Momento Espírita com base no cap. Heróis também precisam de heróis, do livro Triunfos do coração, de autoria de Chris Benghue, ed. Butterfly. |
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