Conscientizar os alunos da influência que a sociedade, os
amigos e os meios de comunicação exercem sobre nossas vidas, contribuindo,
muitas vezes negativamente, para a formação de nossos valores pessoais.
Alertá-los de que são pessoas livres e que o caminho a seguir é uma decisão
pessoal, que só cabe a eles fazer, independentemente da opinião dos outros. Se
quisermos mudar a realidade do mundo, necessitamos antes mudar a nós mesmos.
Se percebermos bem, as pessoas estão a toda hora tentando
convencer as outras de alguma coisa. A fábrica de automóveis XYZ está
sempre querendo dizer que seus carros são melhores.
O Zagalo passou a Copa do Mundo inteira tentando convencer
que o esquema tático dele era infalível. Já a mãe tenta convencer o filho todo
o dia a estudar e o chefe no serviço precisa convencer os funcionários a
trabalharem mais. Os políticos nas eleições dizem que vão resolver todos os problemas
para de elegerem. As grifes da moda inventam a cada dia roupas diferentes e
tentam nos convencer que precisamos comprar. É natural o ser humano procurar
satisfazer as suas necessidades de alimento, de abrigo, conforto e lazer e
também buscar o seu próprio crescimento.
Para isso, dependem dos outros.
Se, numa casa, o pai quer assistir ao jogo de futebol e a mãe à novela, ambos
tentarão convencer um ao outro do que é melhor. Muitas vezes, fica muito claro
quando o outro está defendendo os seus interesses. Muitas vezes não. Ao invés
de falar “comprem nossas roupas porque precisamos vender”, as lojas e os
comerciantes dizem : “você vai ficar lindo com esta roupa”, de modo que, para
atender uma necessidade deles, eles incutem em nossas cabeças que nós estamos
precisando de alguma coisa, que é exatamente o que eles tem para vender.
Mas qual é o problema disto tudo? O problema é que muitas
pessoas acabam prejudicando as suas vidas por não terem consciência desta
realidade. Deixam-se enganar facilmente e são marias–vai–com–as–outras. Se
(aparentemente) todo mundo quer, eu também quero. Se aparentemente todo mundo
acha certo, eu também acho. Seguindo deste jeito, elas simplesmente deixam de
pensar e agem como todo mundo age, porque não querem ser diferentes, ou porque
não tem coragem de defender seus próprios pensamentos. Precisamos aprender a
nos respeitar e também a respeitar os outros. Se acho que fumar faz mal, não
devo fumar porque todos fumam e vão tirar sarro de mim se eu não fumar.
Se não tenho dinheiro para comprar roupas caras de grife, não vou me sentir
inferiorizado, nem vou comprar o que eu não posso pagar.
As pessoas que assistem a programas de TV, que só mostram
violência, crimes e coisas erradas, sentem-se agitadas e tristes e podem achar
que no mundo só existe coisa ruim, o que é um tremendo engano. Enquanto estes
irmãos menos felizes se perdem no erro, uma grande maioria está trabalhando,
estudando, ajudando os outros etc. Cada um se liga ao que achar melhor. O mundo
nos reserva excelentes oportunidades de crescimento e felicidade. Ë só ir atrás
e procurar no lugar certo. Se você quer progredir, trabalhar e ser feliz,
procure amigos que pensem igual a você, procure se relacionar com pessoas que
também estão tentando melhorar, participe de uma religião que lhe dê bons
ensinamentos e coragem para superar os desafios que aparecem.
Se queremos mudar a realidade do mundo, precisamos antes
mudar a nós mesmos. Se pararmos para observar o mundo, é fácil chegar a uma
conclusão: o mundo tem que mudar. Os jovens procuram nas drogas o que a vida
não pode lhes dar, busca-se a violência como forma de resolver os problemas,
tornando-se perigoso andar pelas ruas. Em alguns lugares do mundo há muita
fome, guerras, e até assassinatos de inocentes. E para isso cada um de nós tem
que fazer a sua parte mudando os nossos pensamentos e as nossas atitudes sempre
para melhor.
Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou cartório
Um nome...estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida.
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje, não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo e xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde à caleça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem – anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Troca-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora seu anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua universal ou em qualquer língua
( Qualquer principalmente )
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou – vê lá – anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Pago para anunciar, para vender
Em bares, festas, praias, pérgulas, piscinas,
E bem a vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espalhavam
E cada gesto, cada olhar,
Cada vinco da roupa
Sou gravado deforma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo de outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não convém o título de homem.
Meu nome é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisadamente.
( Carlos Drummomd de Andrade, in Jornal do Brasil,
16-1-1982, Rio de Janeiro, Caderno 8. )
BIBLIOGRAFIA: O
EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – CAP. 17: O HOMEM NO MUNDO / CAP. 18 : A PORTA
ESTREITA
by: SEARA
BENDITA INSTITUIÇÃO ESPÍRITA
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