Exemplo de fé



  
 Certa manhã, seu Honório chamou os filhos e disse:
– Há uma coisa que eu preciso dizer... Vocês já têm maturidade bastante para entender e aceitar aquilo que não temos como mudar.
          – Sua mãe está doente, muito doente... Ela já vinha sentindo problemas no coração há algum tempo... No mês passado, fomos ao médico; ela fez muitos exames, e a situação dela é grave... muito grave. Os médicos acham que talvez só um transplante de coração possa resolver o problema. – Mas as filas para transplante são tão grandes... tem gente que espera anos a fio e acaba...
O resto da frase ficou sufocado nas lágrimas que seu Honório não conseguiu segurar.
A partir daquele dia, era como se uma nuvem escura tivesse estacionado sobre aquele lar. Não mais se ouviam suas risadas pela casa, como antes, e aquele silêncio estava se tornando por demais pesado.
Um dia, no início da noite, receberam a visita de uma senhora, de uma jovem e de um senhor de meia-idade. Os três eram membros de uma igreja evangélica que ficava a alguns quarteirões dali. A senhora foi logo fazendo as apresentações:
– Eu sou Adelaide, este é o Tadeu, e Virgínia é minha filha. Soubemos que a dona da casa está doente e viemos fazer uma visita a ela.
Ao serem levados para o quarto da enferma, dona Adelaide disse:
– Nós viemos aqui, em nome de Jesus, e, se a senhora permitir, queremos fazer orações a seu favor.
Dona Cristina e os filhos estavam surpreendidos, perguntando a si mesmos o que poderia levar alguém a visitar um doente que nem conhecia e lhe oferecer orações.
É claro que a permissão foi concedida, e, a partir de então, todos os dias os três vinham fazer suas orações pedindo a Jesus pela saúde de dona Cristina.
O que vocês pensam sobre esse gesto de dona Adelaide e de seus amigos, que diariamente iam fazer orações por uma pessoa que eles mal conheciam?


                    


Vamos procurar imaginar como dona Cristina estaria se sentindo, sabendo que sua doença era muito grave, que talvez fosse morrer... A casa estava silenciosa, o marido e os filhos com os olhos vermelhos de tanto chorar, o coração cada vez mais fraco... E, num momento como aquele, ela recebe a visita de três pessoas desconhecidas que para orar por ela, para pedir a Jesus para curá-la...
É realmente muito confortador receber apoio e solidariedade, quando se está “numa pior”.
Seu Expedito, um amigo da família, resolveu levar dona Cristina para São Paulo. Lá os recursos seriam maiores. Com o passar dos dias, o problema se agravou.Honório seu marido sempre lhe dizia:
--- Tenha confiança. Só Deus sabe o que é o melhor para nós. “Ele é pai e não desampara seus filhos”. Eu sempre digo que Deus dá o frio conforme a roupa. Imagine, dona Cristina, se isto tivesse acontecido há dois anos. A senhora não estaria agora num hospital particular e, além disso, pense na preocupação que estaria sentindo, sem poder trabalhar e com o marido ganhando salário mínimo...
Dona Cristina ficou silenciosa por instantes e respondeu:
– Tem toda razão, seu Expedito, eu nunca havia pensado assim. Realmente, daqui para frente, vou sempre agradecer a Deus por tudo.
– A fé, dona Cristina – completou seu Expedito – é muito importante. É assim como o combustível que mantém acesa e brilhante a chama da nossa vida. Lembremos sempre que Jesus, quando curava um cego ou um paralítico, dizia: “A tua fé te curou”.

E vocês? Algum de vocês já viveu ou sabe de alguém que já viveu uma situação em que a fé foi importante?



                         

Aqueles dias em que estava internada no hospital, sem saber se ainda voltaria para casa, estavam realizando algumas mudanças nela. Estava começando a aceitar com serenidade a própria sorte. É claro que faria tudo que pudesse para se curar, mas deixava o resto nas mãos de Deus. Sua saúde piorava a cada dia, e todos já estavam perdendo a esperança de aparecer um doador a tempo de poder salvá-la. Seu Honório, chamado com urgência, seguiu direto para o hospital. Como ela estava muito mal, permitiram que ele e os filhos ficassem junto a ela.
Dona Cristina, segurando as mãos do marido e dos filhos, disse, com voz enfraquecida:
– Quero que vocês me prometam cuidar uns dos outros... depois que eu partir...
Edu e Tereza estavam revoltados. Eles não aceitavam a possibilidade de perder a mãe e culpavam Deus por isso.

E vocês? Acham que Deus é culpado pelas coisas ruins que nos acontecem?
O facilitador deve incentivar respostas.
 

Seu Genaro chamou os dois para fora da enfermaria e disse:
– Eu entendo o sofrimento de vocês e a revolta que estão sentindo, mas isso não é bom. É preciso ter fé em Deus. A fé traz muito conforto e é muito importante nessas horas.
– Só que nós não temos essa fé – respondeu Edu.
Seu Genaro pensou um pouco e disse:
– Há gente que acredita que tudo que nos acontece é o resultado do que fizemos nas vidas passadas. Assim, não seria Deus o culpado pelos nossos sofrimentos, mas nós mesmos. Se isso for verdade, então só temos é que aceitar aquelas coisas que não pudermos mudar. E, se não for verdade, mesmo assim, é importante aceitarmos a vontade de Deus em nossas vidas porque só Ele conhece tudo e sabe o que é melhor para nós.
Edu e Tereza ficaram pensativos por alguns instantes. Finalmente, Tereza disse:
– A mamãe sempre foi uma pessoa boa, honesta e trabalhadora. Além disso, ela sempre procurou ajudar a quem estivesse precisando. Não é possível que Deus queira castigá-la assim.
– Deus não castiga ninguém – respondeu seu Genaro. – Ele é Pai... um pai de verdade.
Edu falou, meio acanhado:
– Eu já pensei várias vezes em pedir a Deus para ajudar mamãe, mas acabo ficando com raiva d’Ele, por achar que Ele é o culpado de tudo isso...
– Se vocês concordarem, podemos fazer uma prece juntos – disse seu Genaro.
Os três voltaram para a enfermaria e, junto com seu Expedito, ajoelharam-se em torno da cama de dona Cristina. Seu Genaro pediu que todos acompanhassem a prece no pensamento e orou, dizendo assim: “Senhor Deus, fonte de todo o bem, estamos aqui reunidos, com nossos corações apertados, para pedir sua ajuda. Pedimos pela saúde de dona Cristina, faz com que ela melhore, até que apareça um coração compatível e ela possa ser operada. Jesus, médico divino, estende tua mão sobre a enferma, revigora suas forças para que ela aguente firme enquanto for necessário”.

E vocês? Algum de vocês já fez uma oração assim com tanto sentimento?
Passaram então a fazer a mesma oração, todas as noites. Quando se ajoelharam em torno do leito da enferma, para a oração, duas senhoras católicas que faziam visitas fraternas a enfermos naquele hospital juntaram-se a eles, orando com fervor pela enferma que nem conheciam.
No dia seguinte, um senhor evangélico que estava de visita a um parente juntou-se ao grupo; depois vieram dois funcionários do hospital e algumas pessoas que estavam acompanhando parentes nas enfermarias. Assim, em pouco tempo, havia tanta gente orando que mal cabia no pequeno espaço.
Era comovente ver pessoas desconhecidas, das mais variadas religiões, pedindo a Deus por alguém que estava precisando muito de ajuda.

Alguém conhece um caso de doente que melhorou por efeito de oração?

No caso de dona Cristina, não houve exatamente uma melhora, mas ela foi aguentando firme, dia após dia, semana após semana... Os médicos estavam pasmos, pois parecia impossível que ela pudesse resistir tanto.

Um dos médicos da equipe de transplantes, disse:
– Nós temos observado que os doentes que recebem orações apresentam melhores condições em todos os sentidos. Se todas as pessoas se ocupassem mais com essas questões de fé, seria muito melhor para todos.

O que vocês acham? A fé e a oração podem realmente ajudar?
Certa noite, estavam todos reunidos na sala da residência de seu Expedito, assistindo à televisão, quando um locutor informou sobre um grave acidente ocorrido numa rodovia, na saída de São Paulo. Um ônibus batera de frente com um caminhão, e havia muitos mortos e feridos.
Todos ficaram muito tristes com essa situação.
A tevê mostrava cenas do acidente, com pessoas chorando, outras gritando por socorro. Era comovente.
Seu Honório, lembrando-se das orações que eram feitas no hospital, disse:
– Bem que poderíamos fazer uma prece por essas pessoas.
Todos concordaram e fizeram sentida prece, pedindo a Deus e a Jesus para amparar todos os envolvidos no acidente.
De madrugada, o telefone tocou. Era alguém do hospital, informando que aparecera um doador.
Todos se dirigiram para lá e souberam que o doador era uma pessoa que tinha morrido naquele acidente com o ônibus.

E vocês? O que acham? Não foi uma coincidência incrível a família de Cristina orar pelos envolvidos no acidente, sem saber que o doador seria justamente um desses acidentados, salvando com isso a vida dela?


A operação foi um sucesso.
Depois do período de recuperação, dona Cristina pôde voltar para casa, com a saúde recuperada.
Quando lhe contaram que tinham feito uma oração pedindo a Deus pelos envolvidos no acidente e que foi justamente uma daquelas pessoas o doador do coração que lhe salvou a vida, dona Cristina decidiu:
– A partir de agora, vamos fazer uma oração todos os dias, pelas pessoas envolvidas em acidentes.
– É uma ótima ideia – disse seu Honório. – Podemos fazer essa prece diariamente antes do jantar, quando todos estivermos à mesa.
Tereza completou, dizendo:
– Vamos orar também por todos os doentes e também pelas crianças abandonadas...

O que vocês acham de um costume como esse?
         Que tal sugerirem aos seus familiares que façam uma prece à hora da refeição? Pode ser uma prece em que se pede pela paz na Terra, pela natureza, pelas pessoas que estão sofrendo, etc.
O que acham?


Vamos agora fechar os olhos e respirar calma e profundamente algumas vezes, para relaxar. (dez segundos)
Vamos imaginar que estamos no topo de uma alta montanha, na hora do amanhecer. (cinco segundos)
Ao longe, no horizonte, o sol começa a surgir com todo o seu esplendor, iluminando vales e montanhas, despertando a vida... (três segundos)
Vamos agora mentalizar os raios desse sol nascente iluminando a todos nós, enchendo nossos corações com paz e com amor. (cinco segundos)
Mentalizemos agora essa paz e esse amor se estendendo sobre a Terra, envolvendo toda a humanidade em paz e em sentimentos de amor. (cinco segundos)
Agora eu vou fazer uma prece, e vocês acompanham, só no pensamento: “Senhor Deus, nós te agradecemos pela natureza tão bela... pela água... pelo ar que respiramos... e pelo Sol, que nos dá vida e calor. Agradecemos pelo amor, pela amizade e pedimos que nos ajude a perdoar todas as pessoas que nos tenham magoado. Pedimos também que nos proteja e a toda a nossa família, e que ajude a humanidade a ser mais pacífica e fraterna. Assim seja.”
Vamos abrir os olhos e continuar sentindo esses sentimentos tão bons que são a paz e o amor, em sua forma universal.


0 comentários:

Postar um comentário