Prece inicial
Primeiro momento: Leitura da estória “O Cavalinho Insatisfeito”.(anexo)
Segundo momento: Conversar sobre a estória com os evangelizandos e perguntar como era o cavalinho no início (insatisfeito, reclamava o tempo todo de tudo, mal-humorado) levando as crianças a concluírem que o mau humor e as queixas não resolvem nenhum problema e afasta as pessoas do nosso convívio.
O Espírita não deveria ser mal-humorado, quando menos porque sabe de onde veio, o que aqui está fazendo e para onde vai, além de conhecer, de cor e salteado, que nada acontece por acaso e que há forte razão para as dificuldades pelas quais esteja passando, de qualquer ordem, mesmo que gravíssimas, já que as Leis Naturais são perfeitas e, por isso mesmo, não sofrem alteração, não havendo, na Criação, privilégio de qualquer espécie a quem quer que seja.
Bem ao contrário, o Espírita deveria ser alegre e muito grato pela excelente oportunidade de que desfruta, uma vez mais, pela via da reencarnação, de poder ajustar e reajustar contas, de poder corrigir erros, males e equívocos, e seguir aprendendo e evoluindo sempre, na busca permanente da perfeição relativa e da felicidade suprema, destino final dos seres humanos.
Terceiro momento: Questionar os evangelizandos.
• O que é alegria? O que os deixam alegres? Observar as respostas e levar a criança a perceber se esse sentimento acontece somente com situações materiais ou morais.
Por exemplo: ficamos alegres quando estudamos e tiramos nota 10 numa prova? Se tivéssemos "colado”, o sentimento seria o mesmo?
A alegria maior, verdadeira é aquela que sentimos quando nossa consciência está tranqüila. É o dever cumprido.
A tristeza aparece quando nos afastamos do compromisso.
• “Ser alegre” e "estar alegre" é diferente? “Estar alegre" é um estado de momento. Podemos inibir o "ser alegre" se condicionarmos a alegria a alguns acontecimentos. Ex.: só consigo ficar alegre ou feliz se eu tiver o tênis da moda; só ficarei feliz se eu cair na mesma turma do ano passado; etc. Essa alegria não é verdadeira.
• Podemos ser felizes diante da dor? (colocar figuras com pessoas em situações difíceis, mas com expressões diferentes, umas com fisionomia calma, outras sofridas); refletir que podemos ser felizes mesmo diante da dor ou dificuldade quando entendemos a razão daquilo e tiramos lições.
Se determinada escolha não foi boa, vamos trabalhar com ela com alegria, vencendo mais fácil a situação. Por ex.: se fui colocado numa classe diferente, com pessoas que não conheço a minha alegria e satisfação, vai emanar vibrações de tal categoria que pode envolver as pessoas e estas serem atraídas para novas amizades. A alegria do Espírito é uma energia transformadora que desmobiliza vibrações inferiores.
Quarto momento: Contar o caso “Coitadinho de mim” e “A alegria dos outros”.
Quinto momento: Leitura do texto “A Casa dos Mil Espelhos”.
Sexto momento: Escolher uma das atividades abaixo.
-Desenhar o seu rosto com expressão alegre e escrever o que o deixa com esse sentimento.
- Desenho para colorir.
-Pintar o cavalinho (anexo)
-Fazer uma mascara.(anexo)
Prece de encerramento
Aula preparada a partir de material recebido pelo grupo e outros.
Tia Zezé - 3º ciclo da infância - CEE - Vitória –ES 2011
ANEXO
O CAVALINHO INSATISFEITO
Apesar de morar numa linda cocheira cheia de conforto, o cavalinho estava sempre insatisfeito.
Tinha um grande campo verde para cavalgar e brincar com seus amigos, onde não lhe faltava erva tenra e macia para sua alimentação e água pura e límpida para beber num regato próximo.
E quando a noite chegava, recolhia-se à cocheira, onde um monte de capim novo e seco lhe servia de leito, enquanto pela janela aberta podia ver as estrelas brilhando no céu, lá longe.
João, um servidor amigo, banhava-o regularmente, escovando seu pelo com cuidado e deixando-o brilhante e sedoso.
Ainda assim, não estava contente e passava o tempo a reclamar da vida.
Reclamava de ter que levantar cedo, da grama que não estava bem verde e macia, da água que alguém turvara, do colchão de capim duro.
Quando o empregado vinha banhá-lo, reclamava que a água estava muito fria, e a escova, muito dura, o machucava.
Certo dia, quando João chegou sorridente para tratá-lo, encontrou-o ainda com humor pior do que nos outros dias. Sem querer, o empregado descuidou-se e o balde com água caiu sobre a pata do cavalo.
Imediatamente, o animal reagiu, irritado, dando um coice no coitado do servidor, dizendo com maus modos:
- Desastrado!
Caindo de mau-jeito, o rapaz não conseguiu se levantar, gritando por socorro.
Quando vieram acudi-lo, vendo-o no chão, indagaram:
- O que houve, João?
Gostando realmente do cavalinho e não desejando que fosse punido, respondeu:
- Não foi nada. Caí e machuquei a perna.
Levado a um hospital, constataram que João fraturara um osso de uma perna e seria preciso engessá-la. Durante um mês teria que fazer repouso e não poderia trabalhar.
No dia seguinte, outro empregado foi encarregado de cuidar dos animais, substituindo João em suas funções.
Sendo muito preguiçoso, o novo empregado não se preocupava com nada. Esquecia de soltar os animais para passear no campo, não trocava a água dos bebedouros, não tirava o capim velho substituindo por novo e não gostava de dar banho, deixando-os sujos e mal-cheirosos.
Como o cavalinho reclamasse do tratamento que lhes estava sendo dispensado, pois vivia cheio de moscas, ainda recebeu algumas chibatadas no lombo, que o deixaram ferido.
Assustado, visto que nunca tinha apanhado, o cavalinho ficou com medo e nunca mais reclamou de nada.
Lembrava-se, porém, com profunda saudade do servidor amigo que os tratava sempre com bondade e nunca lhes deixara faltar nada. Á noite, sozinho, olhando as estrelas, ele chorava de tristeza em seu leito sujo e mal-cheiroso.
Quando João retornou, após os trinta dias, foi com um relincho feliz que o recebeu. O cavalinho encostou a cabeça em seu peito, satisfeito pela volta do amigo.
O empregado estranhou a atitude carinhosa do animal, antes tão mal-humorado, e se condoeu do seu aspecto, pois perdera o ar altivo, mantendo a cabeça baixa; estava todo sujo e seu pêlo ferido sangrava, mordido pelos insetos que assentavam em seu corpo, atraídos pela sujeira.
- Agradeço seu cuidado e atenção. Foi preciso que eu sofresse para saber valorizar sua amizade. Agora compreendo como fui rude e malcriado com você, e como foi bom para mim. Perdoe-me o coice que lhe dei. Isso nunca mais acontecerá.
Fez uma pausa e, fitando o amigo com os olhos úmidos de emoção, concluiu:
- Aprendi que é preciso saber agradecer tudo o que temos. Deus me deu uma vida boa onde nada me faltava, no entanto eu vivia insatisfeito com tudo. Foi preciso que as coisas piorassem para que eu pudesse perceber como era feliz. Entendi, também, que é preciso saber respeitar os outros se desejamos ser respeitados.
Tia Célia
(Fonte: O Consolador – Revista Semanal de Divulgação Espírita – Espiritismo para Crianças – Célia Xavier Camargo – Ano 1 – nº 23 – 21/09/2007)
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