O poder da fé - o servo do centurião

HISTÓRIA:
Como vocês estão, crianças? Sabem quem sou eu? Muito bem! Eu sou um soldado romano e tenho a responsabilidade de cuidar de cem homens; por isso minha função é de Centurião. 
Quero lhes contar a história mais bonita que já me aconteceu na vida. Isto mudou a minha vida totalmente.
Eu morava na cidade de Cafarnaum. Vivia tranqüilo, junto com minha família e um de meus empregados se tornou em uma pessoa muito especial, era quase como alguém de minha família. Tornamo-nos amigos. Mais que escravo e senhor, éramos muito amigos. 
Um dia ele adoeceu, e ficou cada vez pior, a ponto de parar de andar. Vários de meus amigos me recomendavam que o deixasse jogado em algum lugar, que era uma perda de tempo e de dinheiro tratar dele, quando já não tinha mais cura. Mas eu não concordava com isso. Nós não devemos abandonar um amigo, só porque está doente; muito pelo contrário. Todos em casa estávamos muito tristes. Meu empregado era uma pessoa muito boa e conquistou o carinho de todos da minha família. 
Um dia, escutei falar de um Homem que curava as pessoas. Viajei até encontrá-Lo. Quando me aproximei dEle, e O vi, Ele me inspirou muita confiança, pois não se parecia com os pregadores que sempre apareciam pelas ruas das cidades de Israel. Porém, algo havia no olhar e nas palavras desse Homem que o fazia diferente. Segui-O por uns dias, até que me convenci de que Ele era o Homem certo. 
Não podia ser de outro modo, Ele era o Messias indicado. Com meus próprios olhos, vi-O curar paralíticos e cegos. Aproximei-me dEle e Lhe pedi que curasse meu servo. Ele me respondeu que iria curá-lo. Mas a mim isso pareceu impossível. Não podia imaginar que um Homem tão especial entrasse em minha casa. 
Então, eu Lhe disse o que me pareceu o mais correto: “Senhor, Tu tens poder; só fala que meu servo fique curado e ele ficará são”. Não tenho dúvida que ele vai ser curado! Eu sabia que se alguém tivesse poder, todos lhe obedeceriam. Eu mesmo que era o centurião dava uma ordem e me obedeciam. Imaginem o poder do filho de Deus! Sem dúvida, Ele falaria e a doença desapareceria. Ele me olhou com muita bondade e carinho e me disse: “Vai-te, e seja feito conforme a tua fé”. 
Quando cheguei em casa, alguns membros da minha família saíram para me contar o que eu já sabia. Meu empregado tinha sido curado.  Perguntei a que horas tinha sido e era exatamente o momento em que falei com Jesus. Não é maravilhoso? 
O SERVO DO CENTURIÃO
Jesus retornavam a Cafarnaum, após o inesquecível Sermão da Montanha, nas proximidades da cidade, quando Jesus traçara as diretrizes básicas do comportamento cristão para edificação do Reino de Deus. Centurião era o oficial romano que comandava a centúria, destacamento militar composto de cem soldados.
O militar falou, respeitosamente:
▬  Senhor tenho em casa um servo que está de cama, com paralisia, sofrendo horrivelmente.
Como sempre, Jesus respondeu com brandura, ainda que diante de um inimigo da raça:
▬  Irei vê-lo.
O centurião adiantou:
▬  Senhor, eu não sou digno de que entres na minha casa; mas, dize uma só palavra e meu servo será curado, pois também eu, apesar de sujeito a outrem, digo a um dos meus soldados que tenho às minhas ordens: vai ali, e ele vai; e a outro: vem cá, e ele vem; e a meu servo: faze isso, e ele faz.
Singular o comportamento daquele preposto de César. Demonstrou invulgar interesse por simples servo e se dispôs a pedir auxílio a um judeu, embora sabendo da aversão que aquele povo altivo nutria pelos romanos. Podendo ordenar que seus soldados conduzissem Jesus à sua presença, preferiu ir ao seu encontro e, renunciando às prerrogativas do cargo, falou-lhe com  humildade. Suas ponderações revelam um espírito sensível, dotado de fé, fato digno de admiração, principalmente por tratar-se de um pagão. E libera Jesus do constrangimento de ir à sua casa.
Observando tão grande convicção, proclamou Jesus:
▬  Em verdade, em verdade, vos afirmo que nem mesmo em Israel encontrei semelhante fé. Também vos digo que muitos virão do Oriente e do Ocidente, e sentar-se-ão no Reino dos Céus com Abraão, Isaac e Jacó, enquanto que os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores. E ali haverá choro e ranger de dentes.
Abraão, Isaac e Jacó foram os patriarcas mais importantes do povo judeu. A proclamação de que os filhos de outras terras estariam com eles, enquanto muitos judeus enfrentariam estágios de sofrimento, é significativa. Com desassombro, Jesus empenhava-se em modificar arraigadas concepções da raça. Exclusivistas, os judeus julgavam-se detentores das preferências divinas, situando por desprezíveis as convicções alheias. A intolerância religiosa é absurdo inconcebível. 
▬  Se a finalidade da religião é nos conduzir a Deus; se o Criador é o pai de todos nós, por que cultivar desentendimentos em nome da crença?
Deus não tem preferências! Somos todos seus filhos.
Infelizmente, o Cristianismo, após três séculos de pureza, seguiu idêntico caminho, embora Jesus deixasse claro, nesta passagem, que seus discípulos viriam do Oriente e do Ocidente, isto é, seriam sempre e unicamente aqueles que vivenciassem seus ensinamentos, não importando nacionalidade, raça ou crença.
Encerrando o diálogo, Jesus disse ao centurião:
▬  Vai, e como creste, assim seja feito.
Mateus informa:
Naquela mesma tarde o servo do centurião foi curado. Usando de seus prodigiosos poderes Jesus surpreendia seus seguidores com uma cura à distância. O episódio evoca tema fascinante – a intercessão, a possibilidade de intervir por alguém em suas limitações, dores e dificuldades. Aparentemente contraria a Lei de Causa e Efeito, segundo a qual colhemos de conformidade com a semeadura.


 
 
 

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