“O DESAFIO CHAMADO FAMÍLIA”



Objetivo Geral

 
Como movimento voltado para a integração de jovens e voluntários ligados à área de Evangelização Espírita, o Encontro objetiva:
©       proporcionar aos jovens a troca de experiências e a busca do autoconhecimento e do crescimento individual, através da percepção de um novo jeito de (con)viver em família;
©       promover a confraternização dos grupos de jovens de diferentes Casas Espíritas;
©       promover o estudo de temas ligados à Doutrina Espírita;

Objetivos Específicos: ANEXOS OS NEGRITOS

 
©       através da elaboração do “Manifesto da Consciência”,  renovar os valores positivos, levando ao comprometimento com a mudança individual e com a possibilidade concreta de colaborar na renovação da qualidade de vida dentro da família;


©       através da Dinâmica da Folha Rabiscada, traçar um paralelo com a família, pois, quando nascemos, já encontramos algumas coisas prontas e temos que nos adaptar, ressaltando-se que os graus de dificuldade variam de indivíduo para indivíduo, mas, certamente todos têm em si um potencial criativo que pode ser empregado para vencer todas as situações;
©       através do Texto Vivenciado “A Viagem das Mil Luas”, despertar para as virtudes necessárias ao sadio convívio familiar e à jornada da vida;
©       através do Texto “A Versão Lupina da História de Chapeuzinho Vermelho”, provocar a reflexão sobre as diferentes situações que ocorrem em família nas quais a única diferença é o ponto de vista de quem as observa ou vivencia, cabendo destacar que na família, cada um de nós vive em um universo de sentimentos, valores e idéias que constitui o nosso espaço; portanto, não existe um único mundo e sim diversos mundos, com diversas opiniões, de onde se conclui que para entender o outro é necessário tentar compreender de que maneira ele percebe a mesma situação que vemos de outra forma. Em contrapartida, existe uma tendência a tornar única a nossa concepção da verdade, atribuindo-lhe unicidade e caráter absoluto. Só que o outro também. Principalmente no universo familiar. Importante colocar: a subjetividade é o espaço privado de cada pessoa;
©       através da atividade Laboratórios de Vivências - Do que sua família sofre?, levar os jovens a diagnosticarem dos diversos “males” existentes na família, criando “medicamentos”, à base de sucatas, capazes de tratar cada uma dessas enfermidades, “curando-as”;
©       através da Dinâmica “Corredor da Confiança, trabalhar um dos principais produtos no tratamento das necessidades e enfermidades da família, destacando a importância da confiança nos familiares, convivendo de maneira “desarmada” e buscando agir de coração; refletir que todos enfrentamos dificuldades na família e sentimos insegurança diante de tais dificuldades, com a vantagem de que nunca estamos sozinhos - nos momentos mais difíceis "O Pai Maior nos segura no colo";
©       através da “Reflexão/Sensibilização”, possibilitar aos jovens a oportunidade de ver a convivência familiar de “fora”, por um outro prisma; e, ao final do Encontro, provocar o retorno ao grupo familiar, buscando despertar para a reflexão do que levam de importante e como estas informações podem auxiliá-los a vencer suas limitações no mundo íntimo;
©       através dos Momentos “Fazendo Arte”, promover o despertar do senso artístico e da criatividade, sensibilizando-os e favorecendo uma maior descontração e integração, revelando os potenciais artísticos existentes;
©       através do “Momento Pega no Pé”, conduzir uma reflexão sobre a dinâmica dos relacionamentos familiares, especialmente os mecanismos de controle adotados pelos pais.

Dinâmicas/Laboratórios/Momentos/Vivências

 

Laboratórios de vivência - Do que sua família sofre?

 
-         Da cabeça - está sempre esquentado com as coisas que você faz.
-         Do estômago -  muito stress no relacionamento.
-         Do fígado - está sempre de mau humor.
-         Dos ouvidos - ouve você muito pouco e entende tudo errado.
-         Dos olhos - te vê, mas não enxerga como você é.
-         Da garganta - não fala, só grita.
-         Dos nervos - briga o tempo todo.
-         Do coração - falta sempre um carinho.
-         De mal estar passageiro - após uma indisposição leve, volta tudo ao normal.
 
Num grande cartaz, as colocações acima serão escritas. Após breve silêncio, o Facilitador lerá cada tópico, comentando com a participação dos jovens, que exemplificam conforme suas particulares vivências. Cada jovem escolhe os itens que se aplicam à sua família (normalmente, mais de um item), selecionando o mais grave dele para trabalhar no final do encontro. O objetivo do laboratório de vivências é proporcionar aos jovens a troca de experiências e a busca do autoconhecimento e do crescimento individual, através da percepção de um novo jeito de (con)viver em família.
 

Dinâmica: Chão Enfeitiçado

 
     Todos de pé, andando pela sala. Ao comando do facilitador, deverão reagir à mudança de textura e temperatura do chão (terra, pedra, areia, asfalto, barro, areia movediça, água + fria, quente, gelada, pelando, morna, normal).
      Analogia: a família é um "chão enfeitiçado", nunca sabemos o terreno em que iremos pisar!
 

Momentos "Pega no pé"

 
São apresentados os tópicos abaixo, um a um, escritos em cartolinas recortadas em forma de pé, para que os jovens escolham aqueles com os quais mais se identifiquem. Depois, com o grupo arrumado em círculo, será colocada uma música bem animada e se fará correr um grande pé de cartolina colorida, tipo "batata quente". Quando a música parar, o jovem terá que falar acerca de um dos tópicos cujo pezinho ele escolheu. Todos podem opinar e contar experiências parecidas que tenham vivenciado, atuando o facilitador como o dinamizador e organizador desses relatos, conforme o esquema abaixo.
 
Família que é Família, sempre pega no pé quando o assunto é:
 
©       Religião (diferentes/impor/discussões em torno do tema/falta de respeito)
©       Pressões psicológicas/Chantagens emocionais (No meu tempo...)
©       Fim de semana com pais separados (opção/obrigação)
©       Namoro (cobranças: horário/telefone/vai aonde?/dormir fora de casa/viajar juntos/grávida!?!)
©       Banho (duração/freqüência/só frio/sem chuveiro)
©       Estudo (nunca é suficiente!!/falta uniforme, $ para passagem e livros)
©       Atenção à família (depois de uma determinada idade você só quer rua!)
©       Amigos (quem são/onde vai/a que horas volta/horas no telefone/dormir aqui/lá/viajar)
©       Comida (só o básico/biscoito/bobagens/sem horário/o dia inteiro)
©       Bebida/drogas (pais que bebem ou são usuários de drogas/amigos que bebem/usam/vendem)
©       Limpeza (quarto - obrigação/colaboração na casa/um cômodo para muitas pessoas/falta privacidade)
©       Roupa (bagunça no quarto, armário/marcas favoritas/usadas/sem poder comprar)
©       TV/Games/Computador/Internet/Som sempre alto/falta de privacidade
©       Horário (todos - tentativa de controle quase absoluto por parte dos pais/falta de controle, ausência, abandono)
©       Dinheiro (cabe em tudo: não dá para nada extra/jovens que trabalham dentro ou fora de casa para ajudar a família/mesada/pendurado no telefone/comida/banho demorado/etc).
 

Dinâmica da folha rabiscada

 
          Apresentar ao grupo um rolo de papel 40kg contendo vários rabiscos. Desenrolar como um tapete e pedir para que todos façam um desenho, aproveitando aqueles riscos. Nenhum risco pode ficar de fora e, obrigatoriamente cada um terá que usar ao menos um desses rabiscos no seu desenho.
Ao final, durante a apresentação do trabalho, pedir que sejam relatados os graus de dificuldade que sentiram para cumprir a tarefa. O facilitador deverá resgatar a atividade fazendo um paralelo com a família, pois, quando nascemos, já encontramos algumas coisas prontas e temos que nos adaptar e que os graus de dificuldade variam de indivíduo para indivíduo, mas, certamente todos têm em si um potencial criativo que pode ser empregado para vencer todas as situações.

 

Texto vivenciado: A História das 1000 Luas

 
O grupo irá fazer uma viagem por 7 pontos diferentes da sala, que simbolizarão os 7 sábios da história. Os facilitadores, de forma alternada, contarão a história e apresentarão os objetos que cada sábio deu ao jovem, representando virtudes necessárias à grande viagem. Todos os participantes receberão também lembranças do encontro com os sábios.
 

Elaboração do “Manifesto da Consciência”

 
Propor ao grupo a elaboração do "Manifesto da Consciência" a partir dos conceitos explorados pela história (A História das 1000 Luas), fazendo um paralelo com a viagem da vida. É este o momento de renovação dos nossos valores positivos, do nosso comprometimento com a mudança individual, com a possibilidade concreta de colaborarmos na renovação da qualidade de vida dentro da família, a partir de todas as reflexões que foram feitas nos Laboratórios.
 

Reflexão e Debate: Versão Lupina da história de “Chapeuzinho Vermelho”

 
Parâmetros para reflexão e debate:
1.      A história oferece a oportunidade de reflexão: os personagens são os mesmos da história convencional, mas estão sendo observados por uma ótica diferente. O mesmo acontece na vida cotidiana: um sem-número de situações ocorrem nas quais a única diferença é o ponto de vista de quem as observa ou vivencia.
2.      Importante colocar: a subjetividade é o espaço privado de cada pessoa - cada um de nós vive em um universo de sentimentos, valores e idéias que constitui o nosso espaço. Portanto, não existe um único mundo e sim diversos mundos, com diversas opiniões. Para entender o outro é necessário tentar compreender de que maneira ele percebe a mesma situação que vemos de outra forma.
 
Existe uma tendência a tornar única a nossa concepção da verdade, atribuindo-lhe unicidade e caráter absoluto. Só que o outro também. Principalmente no universo familiar.
 
Resgate da atividade “Laboratórios de Vivências - Do que sua família sofre?”
 
Dividir os participantes em 5 grupos, de acordo com as dificuldades sofridas pelas famílias (respeitando as formações de temas, realizadas na parte da manhã - ex.: cabeça, estômago, fígado, ouvidos, olhos, garganta, nervos, coração, mal estar passageiro, etc).
Distribuir vários tipos de sucatas, para que cada grupo possa criar um medicamento para tratar destas enfermidades.
Terão que apresentar os mesmos, indicando o modo de utilização, seus efeitos e suas indicações.
 
Trabalhar um dos principais produtos no tratamento das necessidades e enfermidades da família: “CONFIANÇA”
 
Destacar com o grupo a importância da confiança nos familiares, convivendo de maneira “desarmada”, abrindo os canais para o diálogo sincero e profundo e buscando agir de coração.

 

Dinâmica do Corredor da Confiança

 
Organizar duas filas, com as pessoas umas de frente para outras, formando um caminho. Em cada extremidade, posicionamos uma pessoa, sendo que uma delas deverá atravessar o caminho de olhos fechados e somente poderá abrir os olhos quando chegar na outra extremidade do caminho, ou seja, no final, quando for abraçada pela pessoa que se posicionou nesta mesma extremidade.
Durante a caminhada da pessoa que está com os olhos fechados, as que estão ao seu redor deverão tocá-la gentilmente, ajudando-a a percorrer o caminho, buscando transmitir um sentimento positivo, ou reconduzi-la pelo caminho, caso se desvie ou tenha medo de cair.
Todas as pessoas deverão passar pelo caminho. Assim, ao completar o percurso, a pessoa que recebeu se posicionará no caminho e a que passou receberá a próxima pessoa assim sucessivamente até que todos tenham participado.
Fazer um breve comentário sobre a experiência ao final, relacionando com as dificuldades na família e a nossa insegurança diante de tais dificuldades. Lembrar que nunca estamos sozinhos, nos momentos mais difíceis "O Pai Maior nos segura no colo".
 
Reflexão / Sensibilização
 
Apresentar uma grande moldura, com características do cartaz. Esta moldura terá uma particularidade, que será um espaço (buraco), onde o participante irá entrar (colocar o rosto) e dizer o que leva deste Encontro para auxiliar na sua integração com a família.
Todo o Encontro ocorre no sentido de retirar o jovem do contexto e proporcionar-lhe a oportunidade de ver a convivência familiar de “fora”, por um outro prisma.
Agora, neste momento, leva-se os mesmos para um retorno ao grupo familiar, buscando despertá-los para a reflexão do que levam de importante e como estas informações podem auxiliá-los a vencer suas limitações no mundo íntimo.
Estes relatos devem acontecer de forma espontânea. Deve-se apenas estimular os jovens ao depoimento.


 

Versão Lupina da História de Chapeuzinho Vermelho

Daniel Samper Pizano
 
Era uma vez um lobo muito inteligente e irrequieto, que vivia com seus pais na floresta. Sua mãe já havia avisado muitas vezes que não saísse da cova antes do cair da noite, para não esbarrar com algum ser humano que poderia machucá-lo. Mas o lobinho, embora fosse muito esperto, era também muito desobediente e, sobretudo, adorava o perfume das flores, a sombra fresca que os ramos das árvores projetavam ao meio dia e o canto dos azulões. Tão logo a mamãe loba sentava para assistir o telejornal da manhã, e aproveitando que o papai lobo se encontrava na administração da mina de esmeraldas, o lobinho saía sorrateiramente da cova.
Uma manhã, quando caminhava por uma clareira da floresta, deu de cara com um exemplar da temida espécie humana. cheio de pânico, esperou o disparo com os olhos fechados, porém  logo percebeu que aquela menina vestida de vermelho não lhe faria nenhum mal, pois se limitava a observá-lo com curiosidade. O lobinho começou a conversar com ela e, após um tempinho, a menina, por pura ingenuidade, confessou-lhe que estava indo para a cada de sua avó com docinhos envenenados, porque a velha tinha deserdado os pais dela, e queria saber qual era o caminho mais curto.
Em vez de voltar para casa como seria prudente, o lobinho preferiu indicar o caminho mais comprido para a Chapeuzinho, enquanto ele mesmo pegava um atalho mais curto, para avisar a velhinha. É que o lobinho tinha o coração tão grande quanto a boca.
Lobinho chegou antes da impiedosa netinha à casa da avó e, nem bem havia informado à senhora sobre o atentado que Chapeuzinho pretendia realizar, ouviram a menina bater na porta. Assustada, a avó quis se esconder em algum canto escuro; não encontrando nada mais escuro do que a boca do lobo, escorregou sem vacilar pela goela do lobinho e se refugiou em seu estômago. Nós já havíamos dito que o lobinho tinha uma boca muito grande. Em seguida, ele vestiu uma touca que era da vovó antes que Chapeuzinho entrasse.
Chapeuzinho aproximou-se do lobo disfarçado de vovozinha e bem depressa começou a desconfiar. "Que orelhas tão grandes você tem!", comentou. "São para te ouvir melhor", respondeu o lobo. "E que mãos tão grandes você tem!", acrescentou a garota. "São para te acariciar melhor", disfarçou o lobinho. "E que boca tão grande você tem!", observou Chapeuzinho.
Quando o lobo estava para responder, a menina conseguiu ver, no fundo da garganta, os olhos apavorados da vovozinha e, perdendo toda a compostura, pegou um dos docinhos envenenados e atirou-se em busca da anciã pela bocarra aberta do pobre lobinho.
Nesse mesmo instante, passava por ali um temível caçador, que, ao escutar o alvoroço, invadiu a casa e, assim que viu o lobinho, o cruel e sanguinário personagem arremessou-se contra ele armado com uma faca afiada e o matou, com o objetivo de utilizar sua pele para fazer um tapete de beira de cama. Para sua surpresa, da barriga do lobinho assassinado pularam a avó e Chapeuzinho, as quais, para proteger a imagem da família, calaram-se sobre a verdadeira história.
Naquela noite, a mamãe loba e papai lobo esperaram inutilmente pelo regresso do lobinho. E continuam ainda a aguardá-lo, com um fiozinho de esperança, porque não conseguem captar toda a profunda crueldade do coração humano. O que fizeram, simplesmente, foi registrar o filho como filhote desaparecido.


 

A Viagem das Mil Luas

 
Era uma vez uma civilização rica e avançada. Seus habitantes viviam em harmonia, eram livres e felizes. De lá partiam navios para todos os cantos do mundo levando a ciência, a medicina, a agricultura e as artes. Para lá seguiam peregrinos em busca de conhecimentos avançados. Qual era o segredo daquelas pessoas e de seu sucesso em época tão remota?
Na formação dos jovens, havia uma etapa muito importante a ser cumprida: a viagem das mil luas. Após muitos anos de estudo, os jovens deveriam partir para uma grande jornada que os levaria a conhecer terras distantes e lugares desconhecidos. Eles se preparavam desde a infância, primeiro com a ajuda dos pais, depois com a ajuda de mestres dedicados.
Antes de partir havia o ritual de despedida. Havia no centro de uma praça o Templo dos Navegadores, onde cada jovem entregava seu plano de viagem. Sabiam, desde crianças que um navegador sem plano é um pássaro sem rumo. Sabiam que para controlar seus destinos era preciso plano e determinação. A entrega do plano representava essa intenção.
No extremo oriental da praça, havia um templo um pouco menor onde os jovens nunca tinham entrado. Pela primeira vez o jovem que partia conheceria seu interior e o segredo das pessoas mais admiradas por todos: os sete sábios do Templo Sírius. Deles receberiam conselhos e orientação para a longa jornada que começaria na manhã seguinte.
Esta é a história de um desses jovens prestes a partir em sua viagem das mil luas. Depois de tantos anos de preparação, o que mais poderia aprender naquela noite? Que conselhos receberia, agora que ficaria a sós com cada um dos sábios?
O jovem subiu as escadarias do templo, atravessou-o e viu-se diante de um jardim. O Sol criava um ambiente misterioso e lá o esperava o primeiro sábio. Sentou-se ao seu lado.
- Algumas nações progridem, outras desaparecem, algumas pessoas resistem, outras desistem. Onde está a diferença? Seria o destino, a sorte de cada um? Na nossa civilização não pensamos assim. A diferença está na visão que as pessoas têm de seu futuro. Se você acreditar que terá sucesso na viagem, é muito provável que assim será. Se você, no entanto, acreditar que não terá sucesso, é certo que assim será. Você se lembra de que quando era menino, sonhava em um dia ser um marinheiro de verdade e conhecer o mundo? Esse dia chegou e isso ocorreu porque você primeiro sonhou.  O sábio abriu uma caixinha de madeira trabalhada e retirou dela um pequeno marinheiro de chumbo, que o jovem imediatamente reconheceu ser um de seus brinquedos favoritos. E disse: - Leve consigo esta lembrança para que você nunca perca aquilo que as crianças trazem dentro de si: o OTIMISMO.
O segundo sábio recebeu o jovem já dentro do templo, um local semelhante a uma biblioteca. Ele disse: - A travessia do mar não é para principiantes e, por esse motivo, você vem se preparando desde pequeno. Entretanto, à medida que a viagem prosseguir, maior será a complexidade dos problemas. E você só continuará se estiver cada vez mais preparado. Atrás do desempenho de um músico ou de uma bailarina existe uma jornada de práticas, estudos, dedicação e, acima de tudo, método. Você aprendeu o método dos navegadores, use-o para aprender cada vez mais. Quando estiver em alto mar, você encontrará um pássaro formidável, o maior de todos, o albatroz-marinho, o único capaz de dar uma volta completa ao redor do planeta e ele o faz sem bater as asas parte do tempo, aproveitando-se de sua envergadura de quase quatro metros e evitando calmarias, inspire-se nele e leve consigo essa pena de albatroz como símbolo da COMPETÊNCIA que será necessária.
Estava começando a chover quando o rapaz conheceu o terceiro sábio.
- Existem navegadores que partem cheios de entusiasmo e otimismo. Levam consigo suas cartas e sabem utilizá-las. Acontece que muitas vezes as coisas não acontecem conforme o planejado. Uma tempestade inesperada, uma calmaria fora de hora, uma doença, ou um inverno incomum poderão adiar os planos. É aí que alguns desistem e não tentam novamente. Veja os rios por exemplo, na sua rota para o mar também encontram obstáculos aparentemente intransponíveis. Mas não desistem; modificam-se se preciso, criam novos meandros, passam pelos lados e pelos obstáculos e chegam ao seu destino. O sábio entregou ao jovem uma pedra negra, totalmente opaca, arredondada e lisa; e disse: - Este seixo é encontrado no fundo dos rios de montanhas, perto dos vulcões, de onde veio, há milhares de anos; leve-o consigo para que o ajude a ter PERSISTÊNCIA.
Ao entrar no local onde estava o quarto sábio, o jovem percebeu que a única luz era proveniente de uma lamparina sobre o piso. Ele estava sentado no chão e o jovem também se acomodou para ouvi-lo.
- Ao longo de sua grande aventura você terá que enfrentar muitos perigos e você sentirá muito medo. Entretanto, às vezes nossos medos são irracionais, e basta a luz de uma pequena chama para mostrar que estamos tendo inimigos imaginários. Mas cuidado! Outras vezes o perigo é real. Se assim for, respeite-o, prepare-se bem e enfrente-o. Com essas palavras o sábio entregou-o a lâmpada e disse: - Leve-a consigo. Ela simboliza a CORAGEM. Não há nada a temer!
O som de uma flauta indicou ao jovem que ele estava num ambiente diferente dos anteriores. Havia uma diferença também com o quinto sábio que passava a impressão de ser mais jovem que os demais.
Ele disse: - Todos nascemos com habilidades para criar coisas novas. Nada é definitivo, tudo pode ser melhorado. Porém, alguns navegadores acreditam que não nasceram com esse dom e seguem navegando sempre do mesmo jeito, sem inovações, nem melhorias; muitas vezes o ato de criar é um ato de descobrir. Todas as coisas já estão criadas, bastas estar receptivo para captá-las. Se for preciso, abandone idéias preconcebidas, rejeite os preconceitos, destrua os mitos. Assim você estará sensível às novas idéias. O sábio entregou-lhe um pequeno frasco de vidro e disse: - A areia deste frasco, trabalhada corretamente, ajuda a erguer um castelo. Com a técnica certa esta mesma areia pode ser transformada em vitrais. Leve-a consigo para alimentar sua CRIATIVIDADE.
A sala onde se encontrava o sexto sábio não possuía qualquer tipo de adorno, mas era ampla e confortável. A noite estava avançada e o jovem sentia fome. O sábio repartiu com ele o pão e as frutas que comia. E lhe disse: - Com sua determinação e os presentes que recebeu, você progredirá. Cruzará mares, atravessará cordilheiras, conhecerá cidades e pessoas encantadoras, freqüentará templos e palácios luxuosos. Poderá ter a sensação de ser poderoso e destemido e de que nada no mundo poderá detê-lo. Talvez passe a se considerar mais virtuoso e superior que os outros. Cuidado!!! Somos imperfeitos. Aceite seus próprios erros, e anote em seu manual os erros do passado para não repeti-los no futuro. Renove-se com eles. O sábio levou-o até a janela, apontou para Canopus e disse: - Veja aquela estrela brilhante. Apesar de sua luz, beleza e longevidade, ela é apenas mais uma de todas as estrelas do universo. Nem melhor, nem pior, apenas diferente de todas as outras. Presenteou-o com uma estrela-do-mar, porque o mar também é infinito. – Esta é a estrela da HUMILDADE. Leve-a sempre consigo.
O sétimo sábio era o mais velho e  o mais evoluído de todos. Diz a lenda que teria vindo de uma estrela distante para nos ajudar a evoluir. Chamava-se Ânima. Era uma mulher de rara sensibilidade e beleza.
- As criaturas da guerra, com suas flechas pretas e seu desejo de destruição também usam o otimismo, a competência, a persistência, a coragem, a criatividade, até mesmo a humildade!! Um ladrão, um impostor, um bandido... onde está a diferença?
-         A diferença - disse o jovem- está nos valores de cada um.
-         Sim, mas o que são valores?
-         Os valores estão contidos nos princípios éticos e morais de cada um, disse ele.
-          Sim, mas onde é que tudo é espontâneo, natural, universal? – ela perguntou.
Então, finalmente o jovem percebeu que estavam falando do AMOR.
- O amor – disse Ânima – será a única moeda aceita em todas as épocas e em todos os lugares por onde você passar. Ame o próximo, perdoe seus defeitos, não seja intolerante. Todos os viajantes que encontrar pelo caminho estão como você em busca da mesma paz de espírito. Enquanto o homem tiver amigos, ele será feliz. Mas, se não tiver esse laço de amor com a vida, não terá razão para continuar vivendo. Lembre-se  seu poder é infinito. Você irá determinar – com suas atitudes - como será sua viagem e como será sua vida.
Despediram-se com um abraço. O ruído dos pássaros e o aroma das plantas indicavam que logo seria a hora de partir.
 
Materiais Necessários:
 
Marinheiro de chumbo        ...     OTIMISMO
Pena de albatroz               ...      COMPETÊNCIA
Pedra negra, opaca            ...      PERSISTÊNCIA
Lâmpada                          ...      CORAGEM
Vidro com areia                 ...      CRIATIVIDADE
Estrela do mar                           ...      HUMILDADE
 


Músicas:

Pais e Filhos

Letra: Renato Russo
Música: Dado Villa-Lobos/
Renato Russo/Marcelo Bonfá
Estátuas e cofres.
E paredes pintadas.
Ninguém sabe o que aconteceu.
Ela se jogou da janela do quinto andar.
Nada é fácil de entender.
Dorme agora.
É só o vento lá fora.
Quero colo.
Vou fugir de casa.
Posso dormir aqui com vocês?
Estou com medo.
Tive um pesadelo
Só vou voltar depois das três.
Meu filho vai ter nome de santo.
Quero o nome mais bonito.
É preciso amar as pessoas como se
Não houvesse amanhã.
Porque se você parar para pensar,
Na verdade não há.
Me diz porque o céu é azul.
Explica a grande fúria do mundo.
São meus filhos que tomam conta de mim.
Eu moro com a minha mãe
Mas meu pai vem me visitar.
Eu moro na rua, não tenho ninguém
Eu moro em qualquer lugar.
Já morei em tanta casa que nem me lembro mais.
Eu moro com os meus pais.
É preciso amar as pessoas como se
Não houvesse amanhã.
Porque se você parar para pensar,
Na verdade não há.
Sou uma gota d'água...
Sou um grão de areia.
Você me diz que seus pais não entendem.
Mas você não entende seus pais.
Você culpa seus pais por tudo.
E isso é absurdo.
São crianças como você
O que você vai ser, quando você crescer?


 

Como Nossos Pais

Belchior
Não quero lhe falar, meu grande amor,
Das coisas que aprendi nos discos
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
E eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto
É menor do que a vida de qualquer pessoa
Por isso, cuidado, meu bem!
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal está fechado pra nós,
Que somos jovens
Pra abraçar meu irmão
E beijar sua menina, na rua
É que se fez o seu lábio, o meu braço e a sua voz
Você me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantada com uma nova invenção
Vou ficar nessa cidade, não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
O cheiro da nova estação
Eu sei tudo na ferida viva do meu coração
Já faz tempo eu vi você na rua, cabelo ao vento
Gente jovem reunida... na parede da memória
Esta lembrança é o quadro que dói mais
Minha dor é perceber que apesar de termos feito
Tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como nossos pais
Nossos ídolos ainda são os mesmos
E as aparências  não enganam, não
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que estou por fora
Ou então que eu estou inventando...
Mas é você que ama o passado  e que não vê,
É você que ama o passado e que não vê,
Que o novo  sempre vem
E hoje eu sei  que quem me deu a idéia
De uma nova consciência e juventude
Está em casa, guardado por Deus,
Contando vil metal
Minha dor é perceber que apesar de termos feito
Tudo, tudo, tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como nossos pais...

 

Desafio...

Graça Melo, 08/07/2003
 
É desafio em família conviver...
É desafio que nos leva a crescer!
É desafio que devemos abraçar...
Sem família, há solidão,
Tristeza dói no coração...
Sem família, por favor,
Mais fácil é viver na dor!
 
Fortalecer os laços, enfrentar os embaraços,
Superar dificuldade, praticar a caridade
Aceitar, compreender, perdoar e esquecer...
Relevar o que passou, banir todo desamor!
Aplicar o Evangelho, renovar o homem velho...
Solidário, ajudar... E aprender o que é amar!
 
É desafio em família conviver...
É desafio que nos leva a crescer!
É desafio que devemos abraçar...
Sem família, há solidão,
Tristeza dói no coração...
Sem família, por favor,
Mais fácil é viver na dor!
 
Jamais vir a rotular, preconceitos evitar,
Respeitar as diferenças, inclusive a de crença...
Alegria espalhar... saber ouvir, silenciar!!!
A voz da experiência ouvir... Pensar bem antes de agir...
A dor do outro entender... O egoísmo esquecer...
A paz no lar vivenciar... É desafio a enfrentar!!!


 

Fa-mí-lia!

Graça Melo, 13/07/2003
 
Fa-mí-lia... Fa-mí-lia...
É um desafio (ôôô) que vou enfrentar (ôôô)
Para evoluir (ôôô) tenho que amar!
Tenho que amar!     (Bis)
 
Aceitar, compreender, perdoar e esquecer,
Ajudar, colaborar... Pedi a Deus... devo cultivar!   (Bis)
 
Fa-mí-lia... Fa-mí-lia...
É um desafio (ôôô) que vou enfrentar (ôôô)
Para evoluir (ôôô) tenho que amar!
Tenho que amar!     (Bis)
 
Viver em paz e a servir, pensar bem antes de agir,
não agredir, nem rotular... Pedi a Deus... devo conservar!   (Bis)
 
Fa-mí-lia... Fa-mí-lia...
É um desafio (ôôô) que vou enfrentar (ôôô)
Para evoluir (ôôô) tenho que amar!
Tenho que amar!     (Bis)
 


 
 
A Viagem das Mil Luas
 
1.      Faz a diferença entre pessoas/grupos que resistem às dificuldades e progridem e pessoas/grupos que desistem facilmente e estacionam.
2.      Constitui uma visão positiva de futuro.
3.      Tem duas letras I.
4.      Conduz o homem ao sucesso.
5.      Tem a sílaba MIS.
6.      É um valor que toda criança carrega no peito.
 
O
T
I
M
I
S
M
O
 
 
1.      Exige preparação contínua. Tem a sílaba PE.
2.      É indispensável na resolução de problemas, em especial dos complexos.
3.      Tem a sílaba COM.
4.      É resultado da dedicação, da disciplina e do esforço.
 
C
O
M
P
E
T
Ê
N
C
I
A
 
 
1.      É indispensável para superar situações inesperadas e difíceis.
2.      É qualidade dos rios que na sua rota para o mar, mesmo diante de obstáculos aparentemente intransponíveis, não desistem, modificam-se se preciso, ajustam a rota, mas chegam sempre ao destino.
3.      Tem a sílaba SIS e duas letras E.
 
P
E
R
S
I
S
T
Ê
N
C
I
A
 
 
1.      É indispensável para enfrentar perigos e temores.
2.      Exige preparo e disposição.
3.      Rima com viagem.
4.      é simbolizada pela lâmpada cuja chama, mesmo pequena, ilumina nossos caminhos, fazendo-nos perceber que muitos de nossos medos são imaginários e que os reais podem ser enfrentados e vencidos.
 
C
O
R
A
G
E
M
 
 
 
 
 
 
1.      Indispensável para a renovação constante de tudo.
2.      Possibilita abandonar idéias preconcebidas, rejeitar preconceitos e destruir mitos.
3.      Possibilita aperfeiçoar.
4.      Tem as sílabas DA e TI.
5.      Necessária para inovar, para descobrir, para criar.
6.      Termina com DE.
 
C
R
I
A
T
I
V
I
D
A
D
E
 
 
1.      Ajuda-nos a aceitar nossos próprios erros para não repeti-los.
2.      Ensina que apesar de diferentes, não somos mais virtuosos ou superiores aos outros. Tem a sílaba MIL.
3.      É simbolizada pela estrela que, apesar de toda luz, beleza e longevidade, é apenas mais uma dentre todas as estrelas do universo; nem melhor, nem pior, apenas diferente.
 
H
U
M
I
L
D
A
D
E
 
 
1.      É moeda aceita em todas as épocas e lugares.
2.      Conduz-nos ao perdão e à tolerância.
3.      Produz paz de espírito.
4.      Alimenta amizades.
5.      Tem poder infinito.
6.      Resume todos os princípios éticos e morais.
7.      É roteiro seguro para vivermos os Bem e sermos felizes.
 
A
M
O
R
 
 
Obs.: As letras em cinza não devem constar das fichinhas.

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