Nosso Lar VII - PROBLEMA DA ALIMENTAÇÃO

          Enlevado na visão dos jardins prodigiosos, pedi ao enfermeiro para descansar alguns minutos em um banco próximo. Agradável sensação de paz me felicitava o coração. E o abastecimento? Não tenho notícias de Ministério de Economia....
          Lísias explicou que o Governador, deliberou atenuar todas as expressões de vida que nos recordassem os fenômenos puramente materiais.
          Houve muita dificuldade para adaptar os habitantes às leis da simplicidade. Muitos chegados ao Nosso Lar, queriam mesas lautas, bebidas excitantes, dilatando velhos vícios terrenos. Disseram-me que, a pedido da governadoria, vieram instrutores de uma esfera mais elevada, afim de espalharem novos conhecimentos, relativos a ciência da respiração e da absorção de princípios vitais da atmosfera.
          Houve manifestações contrárias, mas o Governador com paciência, expunha lhes paternalmente os projetos e finalidades do regime, destacando a superioridade dos métodos espiritualizados. Demorou muito, em vista de numerosos Espíritos dedicados às ciências matemáticas que aqui trabalhavam, mecanizados nos processos de proteínas imprescindíveis aos veículos físicos, não cediam terreno nas concepções daqui. Contudo o Governador, nunca agiu por si só. Requisitou assistência de Nobres Mentores, e jamais deixou o menor boletim de esclarecimento sem exame minucioso. Mas enquanto argumentavam, formaram-se perigosos distúrbios, entregando-se a condenáveis manifestações.
          Tudo isso provocou perigoso ataque das trevas do Umbral que tentaram invadir a cidade.
          Dado o alarma o Governador não se perturbou. Terríveis ameaças pairavam sobre todos.
          Solicitou audiência ao Ministro da União Divina e, determinou funcionassem todos os calabouços da Regeneração, para isolamento dos recalcitrantes. Proibiu temporariamente os auxílios às regiões inferiores e, pela primeira vez na sua administração, mandou ligar as baterias elétricas das muralhas da cidade, para emissão de dardos magnéticos a serviço da defesa comum.
          Não houve combate, nem defensiva da colônia, mas resistência resoluta.
          Por mais de seis meses, os serviços de alimentação, foram reduzidos à inalação de princípios vitais da atmosfera, através da respiração e água misturada a elementos solares, elétricos e magnéticos.
          A Colônia ficou, então sabendo o que vem a ser a indignação, do espírito manso e justo. A cidade voltou ao movimento normal. Todos reconhecem que essas medidas são de elevado alcance para nossa Libertação Espiritual. Reduziu-se a expressão física, e surgiu maravilhoso coeficiente de Espiritualidade.

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