Médiuns ADOLESCENTES



Qual a melhor idade para trabalhar na mediunidade?
DIVALDO PEREIRA FRANCO

“Embora a mediunidade se manifeste em qualquer idade, não é recomendável que na infância se ofereça ensejo de uma educação mediúnica. A criança não sabendo logicar, raciocinar, não sabendo defender-se, ficará muito exposta às influências perturbadoras que derivam do seu passado espiritual. Então Allan Kardec utilizou-se de médiuns, em média, com a idade objetiva, a idade física de 14 anos. Aline Carlotti, a admirável filha do senhor Carlotti, que o chamou ao Espiritismo, era uma adolescente de 15 anos. A senhorita Japhet, que foi a médium que lhe falou a respeito da missão que ele deveria executar na Terra, estava entre 14 e 15 anos. As irmãs Fox, segundo alguns, teriam, Catarine e Margarida, respectivamente, 12 e 14 anos e, segundo outros, 14 e 16 anos. Ele recomenda que a mediunidade passe a ser exercida quando na idade dos pródromos da razão. Quando biologicamente as glândulas de secreção endócrinas estejam organizadas. Daí, após a adolescência, nesse período dos 14 e 15 anos, quando o jovem já possui discernimento, ele poderá participar de experiências mediúnicas. Médiuns revelaram-se aos 80 anos. Mas são casos excepcionais. Enfim, o momento hábil para a educação da mediunidade naqueles que sentem, em qualquer grau, a presença dos espíritos, é a porta dos 14, 15, 16 anos...” (Divaldo Pereira Franco, seminário "Segurança Mediúnica").

Mediunidade e Juventude

(http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/mediunidade/mediunidade-e-juventude.html)
Mauro Quintella
Na nossa avaliação um dos capítulos mais bonitos e simbólicos da história do Espiritismo é a participação de elementos jovens no processo de codificação da Doutrina.
Como registram as pesquisas espíritas, Allan Kardec contou com a colaboração especial de 4 jovens sensitivas na confecção da primeira edição de O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
Segundo a tradição histórica, essas corajosas vanguardeiras da mediunidade encontravam-se entre a adolescência e as primeiras clarinadas da juventude e chamavam-se Julie Baudin, Caroline Baudin, Ruth Japhet e Aline Carlotti.
Aparentando muita preocupação com a segurança (física, psicológica e espiritual) de suas colaboradoras, Kardec sempre as deixou envoltas em um véu de semi-anonimato, pois o preconceito contra a mulher ainda era monstruoso naquela época. Para se ter um idéia dessa realidade, basta lembrar que 129 operárias americanas foram queimadas vivas dentro de uma fábrica, pelo crime de reivindicarem salários iguais aos dos homens, a apenas 41 dias do lançamento de O Livro dos Espíritos.
E, além de mulheres, as tuteladas do Mestre de Lyon ainda eram jovens e paranormais! Um prato cheio para a mentalidade vitoriana dessa época.
Essa acertada preservação, todavia, fez com que pouquíssimos dados sobre as quatro moças chegassem ao século XX. Principalmente no que diz respeito às suas histórias pessoais. No aspecto formal, suas participações foram, sinteticamente, as seguintes:
Julie e Caroline Baudin psicografaram a quase totalidade das questões de O Livro dos Espíritos nas reuniões familiares dirigidas por seus pais e assistidas pelo Codificador (1);
Ruth Japhet foi a medianeira responsável pela revisão completa do texto, incluindo adições (2);
Aline Carlotti fez parte do grupo de médiuns através do qual Kardec referendou as questões mais espinhosas do livro, fazendo uso da concordância dos ensinos (3).
Há cerca de três anos, foi editada uma obra que nos permite conhecer alguns dados a mais sobre a vida dessas moças. Seu nome é O Livro dos Espíritos E sua Tradição Histórica e Lendária, escrita por Silvino Canuto de Abreu e editada pelo Lar da Família Universal, através das edições LFU ( Rua Guaricanga, nº 357, São Paulo, capital.)
Canuto de Abreu dispensa apresentação como historiador espírita (para quem não o conhece há uma ficha biográfica no inicio do livro). Essa obra póstuma é uma compilação dos artigos que ele escreveu no jornal UNIFICAÇÃO da USE - União das Sociedades Espíritas do Estado de S. Paulo, de abril de 1953 a junho de 1954, contando, de forma romanceada, como teria sido o 18 de abril de 1857, além de outros detalhes sobre o circulo de amigos e discípulos de Kardec. Esses textos permaneciam inéditos em livro.
O opúsculo, contudo não esclarece em que fontes Canuto colheu algumas informações, até então desconhecidas. Essa resposta pode ser encontrada numa biografia do confrade paulista, contida na coletânea PERSONAGENS DO ESPIRITISMO de Antonio de Souza Lucena e Paulo Alves Godoy: "Ao longo de sua vida laboriosa e de suas numerosas viagens ao exterior, conseguiu amealhar livros e documentos raros, formando imensa biblioteca. Durante a II Grande Guerra Mundial, quando os exércitos alemães que invadiram a França, tornou-se depositário de alguns documentos históricos que estavam em poder da Sociedade que dirigia os destinos do Espiritismo naquela importante nação européia " (4).
Com o conhecimento desses fatos, fica mais clara a mensagem do Espírito Emmanuel, psicografada pelo médium Francisco C. Xavier e dirigida a Canuto, reproduzida no inicio de A TRADIÇÃO HISTÓRICA E LENDÁRIA, a título de abonação transcendental:
"As tuas anotações, quanto à história dos pioneiros do Espiritismo, não constituem obra do acaso e sim tarefa de elevado alcance moral para a causa que pretendemos defender. Não definem mero arranjo literário para alimentar os caprichos de leitores famintos de novidade e emoção, nem compõem tessitura de fios dourados de ficção, objetivando efeitos especiais em nossos arraiais doutrinários. A tua obra é a revivescência de lembranças, que os soldados e operários de nosso movimento não podem esquecer sob as cinzas, de modo a içarem, cada vez mais alto, o estandarte luminoso da Nova Revelação, confiado aos homens para a glorificação de nossos mais elevados destinos. Imprescindível te mostres digno de tão sagrado depósito, espalhando-lhe as cintilações com todos os trabalhadores da Doutrina de amor e luz que à quase um século vem despertando a consciência da Humanidade..."
Por isso acreditamos que essa obra do Dr. Canuto é leitura indispensável para todos aqueles que se interessam pelo aspecto histórico do Espiritismo.
Dentre outros importantes relatos da epopéia kardequiana, é nela que vamos encontrar várias informações inéditas e especificas sobre nossas jovens e vanguardistas confreiras:
  • suas idades exatas (Julie, 15 anos; Caroline, 18; Ruth e Aline, 20 anos);
  • a descrição física de Caroline e Ruth;
  • dados sobre a infância das meninas Baudin e da senhorita Japhet; a amizade das três moças; revelações sobre encarnações passadas de Julie, Caroline e Ruth; O noivado de Mademoiselle Japhet (5); a falsa neuropatia de Ruth, acertadamente definida pelo sr. Roustan como " pura influência das almas desencarnadas".
Canuto também conta detalhes acerca de uma outra jovem médium, muito importante para a história do Espiritismo: 
Ermance Dufaux de apenas 16 anos. Natural de Fontainebleau e filha de um triticultor e vinhateiro de abastadas posses, Ermance, aos 12 anos, também foi vitima de uma nevropatia, definida pelo médico Clever de Maldigny, de Versalhes, como “mediunidade", uma doença contagiosa (sic) importada da América. Uma semana depois do diagnóstico, a família Dufaux, procurando a cura da mocinha, recebeu a visita do magnetizador Marquês de Mirvile. Estimulada pelo pesquisador, Ermance entrou em transe mediúnico e recebeu sua primeira mensagem psicográfica, assinada por Luís IX, Rei de França, canonizado pela Igreja em 1297 e antepassado de Mirvile.
Em 1855, aos 14 anos, já totalmente reequilibrada e com a mediunidade integrada em sua vida, Mlle. Dufaux publicou, através do editor Meluu, de Paris, o livro A HISTÓRIA DE JOANNA D’ARC DITADA POR ELA MESMA, de autoria do Espírito Joanna D’Arc. Segundo Canuto, Ermance e seus pais, convidados e trazidos por Me. de Plainemaison, conheceram Kardec na noite de 18 de abril de 1857, ao comparecerem à pequena recepção festiva organizada pelo Codificador em seus apartamentos, com a finalidade de comemorar o lançamento de O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
No final dessa reunião, a jovem paranormal recebeu bela página do Espírito São Luís, que se tornaria, a partir de então, uma espécie de supervisor espiritual dos trabalhos experimentais de Allan Kardec. No final daquele ano, a médium receberia outra importante mensagem, estimulando o Mestre a prosseguir no ideal de lançar um periódico espírita.
Em 1858, o sr. Dufaux, pai da sensitiva, ajudaria Rivail a conseguir a autorização legal para o funcionamento da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, onde Ermance atuou como médium principal durante algum tempo(6).
Depois dessa fase, parece que a família voltou a Fontainebleau, pois a última psicografia da srta. Dufaux, recebida na Sociedade Espírita, foi publicada na Revista Espírita em novembro de 1858.
Canuto revela em seu livro que Ermance de La Jonchére Dufaux colaborou como médium na elaboração da 2ª edição de O LIVRO DOS ESPÍRITOS que foi revista, reestruturada, ampliada e divulgada pelo Codificador em março de 1860. Em junho, também é reeditada a obra A HISTÓRIA DE JOANNA D’ARC DITADA POR ELA MESMA pela Livraria Ledoyen, de Paris. O Mestre de Lyon saúda o fato com alegria e entusiasmo na Revista. No Auto-de-fé de Barcelona, promovido pela Inquisição espanhola em 1861, vários exemplares desse livro foram queimados junto com as obras de Kardec.
Por tudo isso, não faz sentido o comportamento de alguns dirigentes espíritas que vedam - radicalmente - o acesso de jovens às reuniões mediúnicas.
É lógico que a decisão de autorizar um rapaz ou uma moça, na adolescência ou saindo dela, a freqüentar um grupo mediúnico é uma coisa que deve ser muito bem pensada e avaliada. Principalmente no que diz respeito à real necessidade e capacidade física e psíquica dos postulantes, pois sabemos que essa fase da vida é relativamente complicada, em decorrência de automatismos biológicos e psicológicos que a caracterizam. Além disso, existem as obrigações escolares e, muita vezes, de forma paralela, a necessidade do trabalho remunerado, tomando todo o tempo diário do indivíduo. Há também a influência dos namoros, grupos sociais( tribos ou galeras), diversões, agremiações políticas e outras variadas formas de pressão psicossocial. Sem falar na compulsão da simples curiosidade (7).
Contudo, medida bem diferente é baixar uma norma padrão, simplesmente proibindo (ou dificultando em demasia - o que é quase a mesma coisa) a presença de qualquer jovem nas reuniões mediúnicas, inviabilizando o inicio da tarefa daqueles que realmente apresentam sensibilidade acentuada e precisam trabalhar mediunicamente para não deixarem suas instrumentações psíquicas desassistidas.
O jovem paranormal deve receber estímulo e atenção e não desconfiança e indiferença por apresentar sintomatologia mediúnica. Aliás, nem todos os adultos estão isentos dos mesmos cuidados, pois, segundo Kardec, “há crianças de doze anos a quem tal coisa afetará menos do que a algumas pessoas já feitas" (8).
Em O LIVRO DOS MÉDIUNS, os espíritos superiores afirmaram que não há idade precisa para o inicio da prática mediúnica, pois tudo depende do desenvolvimento físico e, mais ainda, do desenvolvimento moral (9). Na atualidade, Divaldo P.Franco ousou ser mais pragmático: " Parece-me que, a partir dos quinze anos, aos dezesseis, teremos uma idade, senão ideal, pelo menos propiciatória para que o jovem, que participa de nossas atividades doutrinárias no movimento da sua idade, possa também compartilhar das experiências mediúnicas..." (10).
Levando em consideração todos esses fatores, o dirigente doutrinariamente bem preparado deve analisar profundamente cada caso, de maneira diferenciada. É tudo uma questão de bom-senso. E acompanhamento...
Que, porém, jamais se esconda do jovem que mediunidade é responsabilidade a mais em suas vidas. Ou, como disse o Espírito Ivan de Albuquerque, pela psicografia do sensitivo José Raul Teixeira, que também se iniciou muito jovem na tribuna espírita e na mediunidade: “Se, no estuário da juventude, o apelo mediúnico te chega, não lamentes a perda da folgança, suposta própria da idade. Mantém-te alegre e prazenteiro, guardando-te, inobstante, no bojo da responsável conduta, que não deixará que te percas pelos dédalos da loucura que são próprias não da mocidade, porém de todos os indivíduos estúrdios e irrefletidos, em qualquer fase etária em que estejam" (11).
Converse, discuta e escreva sobre o item do criptograma que seu grupo ficou responsável, atentando para as seguintes questões:
1.    O que sabe sobre esse assunto?
2.    Quais as suas dúvidas sobre esse assunto?
3.    Dê ou crie um exemplo que você conhece que se refere a esse assunto.
4.    Escreva uma frase (ou crie um desenho) que explique o assunto na ficha que você recebeu.

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